quarta-feira, 27 de abril de 2011

Swintec - As últimas máquinas do mundo

Swintec Clear Cabinet
Comentei com um amigo que ia falar de novo sobre Máquinas de Escrever, ele me chamou de obsessivo. Qual nada. Sempre fui péssimo datilógrafo. Nunca consegui NÃO olhar pro teclado. Se não fosse o micro, sei lá onde estaria hoje. Me fascinou sim o romantismo de Ron Mingo, que um dia pôs as máquinas de escrever  pra dançar. Esse era “o cara”. 
Os Estados Unidos tem a Microsoft, a Apple e também a Swintec, a última fábrica de máquinas de escrever do mundo atual. Eles fazem uma estilosa máquina transparente (clear cabinet model) especialmente pra atender 43 presídios americanos. Com elas, fica impossível um preso esconder qualquer coisa dentro (não conhecem os presos brasileiros e seus celulares invisíveis). Além dos presídios, também vendem pra repartições públicas que ainda usam formulários contínuos para relatórios, faturas, notas fiscais e memorandos. Tudo bem que burocracia não é um luxo brasileiro, mas isso parece um pouco demais. E afinal, o que é um memorando? Dicionário Aurélio diz: Impresso comercial, de formato menor que o de carta, usado para comunicações breves – um MSN do tempo das cavernas (pelo menos é assim que eu explicaria pro um filho). Mas a fossilização das Máquinas não impede que continue existindo o Dia do Datilógrafo - 24 de maio. Quer a gente queira ou não, a data está lá pra sempre. Viu como não é obsessão? 
fonte: estadão.com (radar econômico)

domingo, 24 de abril de 2011

O Óleo de Lorenzo - longo aprendizado

 Uma locadora de DVDs numa cidade de menos de três mil habitantes é um baú de filmes raros. Salinha apertada, no centro da “cidade”, perto da igreja e do coreto, com um acervo de não mais do que setecentos títulos. Normalmente filme antigo não sobrevive em locadoras de grandes cidades onde dois mil títulos é considerado um acervo ínfimo e a rotatividade é enorme.  Então estava eu na minha mini locadora e achei “O Óleo de Lorenzo” – 1992, com Suzan Sarandon (indicada ao Oscar pelo filme) e Nick Nolte.
Lorenzo Odone - 1978-2008
O filme, pra quem não lembra, é sobre a vida de Lorenzo Odone. Normal até os cinco anos de idade, Lorenzo na verdade tinha uma doença genética rara chamada adrenoleucodistrofia ou simplesmente ALD. A prevalência é de 1 em cada 17.000 meninos. A ALD ataca a bainha de mielina, camada que reveste uma parte dos neurônios e impede progressivamente a transmissão de impulsos nervosos. Isso tudo faz com que a criança vá desenvolvendo sintomas degenerativos, como progressiva perda da memória, visão, audição, fala e movimentos. Os pais de Lorenzo (Augusto e Michaela Odone) decidiram mergulhar numa solução, brigando contra o tempo e contra a ignorância – nenhum dos dois tinha formação acadêmica em bioquímica ou medicina, mas encararam o desafio. Pesquisaram e descobriram uma mistura de óleo de canola e oliva que estancou o processo e deu enorme sobrevida a Lorenzo. O Óleo também foi responsável pela prevenção das manifestações da ALD em um monte de crianças portadoras da anomalia genética, uma vez que se mostra mais eficaz quando a doença é diagnosticada precocemente – enfim, uma história de amor e superação.
Sensibilizado pelo filme, fui pesquisar mais e o que eu não sabia é que Lorenzo Odone sobreviveu até os 30 anos de idade - morreu em 2008 e não foi por causa da ALD. Morreu dormindo, de pneumonia persistente, após ter aspirado alimentos que ficaram alojados no pulmão. Segundo seu pai, Augusto Odone, “ele não se mexia, nem se comunicava, mas estava ali com a gente e isso já era uma grande vitória”. Michaela Odone morreu em 2000, de câncer de pulmão (ironias dessa vida).
Sobre o Óleo de Lorenzo – Foi estudado, sintetizado e é até hoje produzido pela CRODA International, uma empresa inglesa de insumos químicos. Desde 2008, a Support comercializa o produto por cerca de 370 dólares um vidro de 500ml (cerca de 600 reais). Nos EUA,  o óleo ainda passa por avaliação do Kennedy Krieger Institute. Esse instituto está encarregado de defender sua aprovação como droga para a terapia da ALD junto ao FDA e até o momento, só pacientes inscritos no estudo clínico podem ter acesso. No Brasil, o Óleo de Lorenzo é aprovado e comercializado como suplemento nutricional (não medicamento) e não é distribuído pelo SUS, até onde foi possível pesquisar. Por aqui existem cerca de 25 casos registrados da doença.
fontes:look for diagnosis website, Myelin website, Rare diseases website e wikipedia. 

Páscoa 2011

Tenho um orgulho danado da minha turma de faculdade. Conseguimos superar os anos de gelo e retornar o contato, o calor humano dos tempos de PUC. Isso é raro. Tá cada um num canto, mas todo mundo sempre conectado. Sinal de que todo o carinho reprimido estava ali, precisando de um empurrão. Pois o meu amigo e colega de PUC Felipe de Oliveira presenteou a todos da turma com essa linda mensagem de Páscoa que divido com todos os leitores do "Se Espirrar, Saúde!".   Pessoas, eu sempre desejo dias felizes pra todos vcs...e não poderia ser diferente na Páscoa, né?
Ocorre que nós, eternos aproveitadores, transformamos a Páscoa de tal jeito, que hoje muitas crianças estão divididas sobre isso: umas acham que a Páscoa é do Coelhinho (entre estas existem, inclusive, algumas, que acham que o coelho bota os ovos da Páscoa. Isso, é claro, seria impossível, uma vez que são de chocolate e derreteriam ao passar pelo ânus do pobre animalzinho), outras acham que o dia da Páscoa é o dia da churrascada, aliás não sabem porque se come tanto peixe nesta época. Há, ainda as que associam a Festa, a uma visita ao Mac Donalds e até suspeitam que o Coelhinho fala inglês (nunca sei direito onde colocar esse acento circunflexo). Também existem aquelas que acham que a data é apropriada para ganharem aquela camiseta do time do coração (se for o Grêmio é claro que serão perdoadas). Assim o que fazemos, de verdade, é transformar a Páscoa em um grande bazar, onde se vende de tudo, e nos esquecemos do que ela realmente representa. Não que nós devamos nos enfurnar em algum lugar sozinhos e passarmos todo o dia fazendo retiro, mas vamos nesta Páscoa, por alguns minutos do dia, nos reunirmos com nossas crianças e ensinar a elas o que ela representa de verdade. Tenho a certeza que se agirmos assim esta será uma Páscoa maravilhosa. 
Um grande abraço a todos e Feliz Páscoa

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Psicólogos do Trânsito - paz no trânsito por um sorriso

Não entendo a intolerância no trânsito. Uma vez estava com um amigo, de carona. Ele demorou um pouco mais pra arrancar com o carro e fazer uma conversão. Foi o suficiente pra um taxista atravessar o Ômega na frente dele e emergir de lá de dentro com uma barra de ferro, espumando como um pitbull. Um pouco de “deixa disso” em troca de alguns palavrões o cara foi embora tão rápido quanto apareceu, mas ninguém mais dormiu naquela noite. Uma barra de ferro. Pra que isso?
Psicólogos do Trânsito: Fornecem sorrisos sem pedir nada em troca
A frota carros no Brasil mais que dobrou de 2000 a 2010. São quase 65 milhões, número superior à população da Argentina.  Assim, trânsito confuso não é mais “privilégio” de paulistanos há muito tempo. E com tanto carro na rua, intolerância, stress, socos e pontapés se multiplicam. Na capital paulistana, são cerca de 150 ocorrências por dia. Mas ainda tem salvação. Tem gente que dedica horas da semana, que poderiam ser usadas pra estar com família ou amigos pra fazer motoristas se desarmarem e sorrirem. Arrancar sorriso de motorista estressado no trânsito de São Paulo, ainda que por cinco segundos, assume outra perspectiva quando se trata do “rush” - e eles conseguem. Um dia, Guilherme Brandão, um ex-estressado no trânsito, resolveu passar pro outro lado. Inspirado no trabalho que a trupe Doutores da Alegria faz em hospitais, desenvolveu repertório semelhante só que tendo como palco a faixa de pedestres dos cruzamentos mais movimentados de São Paulo. Surgiu a trupe de palhaços “Psicólogos do Trânsito” – seis palhaços que usam o intervalo nos sinais de trânsito na tentativa de tornar aquele momento mais leve para os motoristas que assistem às performances.
Tenho inveja de quem, como Guilherme, descobre uma forma de exercer a cidadania e acredita nela. Gente assim desperta na gente a vontade de acreditar que as coisas podem melhorar. Só que essa é a inveja do bem. A inveja do mal faz outras coisas: o Conselho Regional de Psicologia reclama o uso do termo "Psicólogos", uma vez que são Palhaços. Engraçado, sabe que eu não tinha percebido? Achei que aqueles palhaços na esquina do escritório eram Psicólogos mesmo! - me poupe. 
Recado pra Dona Maria Bethânia (a cantora): Criaram coisa bem mais útil que um blog de poesia e não precisou um milhão e meio de reais pra isso!

fonte: site Psicólogos do Trânsito e Notícias Terra website

sábado, 16 de abril de 2011

Gestão e empresas familiares

Um amigo do Rio de Janeiro é dono de uma pequena empresa de insumos pra indústria naval e queria minha consultoria. Perguntei a ele o que mais atrapalha numa empresa como a dele.  Disparou: “Cá entre nós, ser uma empresa familiar é o primeiro perrengue”. Segundo ele, todo mundo é bem intencionado – pai, cunhado, irmã – mas ninguém tem maturidade o suficiente pra tomar decisões sem colocar o coração na mesa. Falta uma estratégica clara, com declaração de atitudes identificadas com a estratégia. “Não temos indicadores pra nada e o foco dos debates é sempre sobre quanto entrou de dinheiro e quanto tem pra gastar”. E seguiu desabafando: “Também ninguém naquela mesa tem paciência pra definir metas e seguir a cartilha. Um pacto sobre re-investimento dos lucros feito na mesa do escritório normalmente dura até a mesa do jantar – meu amigo, eu penso seriamente se vou adiante com isso ou se vou buscar outros negócios. Sei das brigas que ainda vou enfrentar. Um dia, definimos que pra crescer era necessário profissionalizar a gestão. Contratamos um executivo do mercado, um cara excepcional. Mas na primeira reunião de planejamento, na primeira meia hora, o cara viu a fria em que tinha se metido. Meu pai deixou clara sua determinação de delegar a responsabilidade, mas não a autoridade sobre o plano – foi um barraco. O cara pediu demissão e foi pra nossa concorrente quatro meses depois daquela reunião. E a coisa mais doida é que concorremos com peixe grande. O nosso custo de vendas é maior que o deles, então quanto mais vendemos mais contas temos pra pagar e mais recurso é necessário pra manter essa venda. Ou crescemos agora ou daqui a pouco vamos trabalhar só pra pagar contas - até minha secretária já percebeu o que meu pai e minha irmã não enxergam”.
Saí daquele chopp assombrado com o que ouvi e aflito pelo meu amigo. Uma empresa destas tem vocação pra remodelar um mercado principalmente porque as decisões podem acontecer com a rapidez que falta às grandes. Mas tudo é posto a perder por pura falta de maturidade e preparo de seus donos – tem que saber a hora de parar, de mudar. Tem que ter humildade pra delegar. Continuamos amigos até hoje, mas no dia seguinte liguei pra ele e declinei da consultoria. 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Não Gosto de Futebol - e daí?

Não curto futebol. Não gosto mesmo, simples assim – a coisa (ou a bola) não rola nem em tempos de Copa do Mundo. No tempo do “ginasial”, a recordação que tenho das aulas de Educação Física era a clássica divisão em times “com camisa” e “sem camisa”. Eu, perna de pau empedernido, ficava sempre como “coringa”, se alguém se machucava – podia jogar com ou sem camisa, tanto fazia, era só alguém cair em campo. Como a galera não queria sair de campo nem a pau, jogavam machucados mesmo. Eu investia meu tempo conversando com o professor sobre carros, aviões, contando piadas, além de me manter limpo e perfumado. Na verdade, ao contrário dos meus colegas, fazia qualquer “sacrifício” pra NÃO entrar em campo.
Meu DNA nunca assimilou o futebol.  Não vejo graça no jogo e nem naquilo tudo que cerca o jogo. A quem interessa o Amor incondicional que os fanáticos tem pelos “craques” e seu times senão aos próprios “craques” e seus times? E que tipo de exemplo os craques passam? Ter carrão, pegar mulherão, usar correntão de Rapper, fazer dancinha depois de um gol e dar aquelas entrevistas horrendas tipo “perdemos, mas a gente fizemos o possível, agora é pensar na próxima, o time tá motivado, bola pra frente”. A quem interessa o fanatismo das torcidas? Mobilização de massas serve pra mudar tantas coisas, mas pra que serve uma torcida que dá soco e ponta-pé em cadeira de estádio e em ônibus de “torcida rival”? A necessidade que as pessoas têm de pertencer a um grupo mostra que carência não tem limite. É um sentimento tipo “pra ser diferente tenho que ser igual”. Daí, alguém me diz “cara, esse final de semana ganhamos do verdão e fomos pra fase seguinte com doze pontos de vantagem!”. Ganhamos quem??? O cara fala como se fosse acionista do time, com direito a voto e participação nos lucros.
Sempre me declarei  gremista. NADA! Não sou NADA gremista, nem sei quem é o time, nunca soube. Cansei de ser simpático. Sempre que digo que sou gremista, escuto uma gracinha ou então algo tipo: “então esse final de semana a gente ganha?” – normalmente é  outro gremista (um verdadeiro) e bem informado. E eu fico no sorriso amarelo “...ah, é mesmo, vamos ganhar...” . Hoje em dia já saio logo dizendo: “não acompanho futebol nem torço pra time nenhum”. Os olhares de decepção são comuns, mas passa logo. Botar camiseta de time (as oficiais mesmo custam “os olhos da cara”), aquelas chuteiras carérrimas do “Ronaldo, O Fenômeno” e jogar aquela pelada de final de semana são outro capítulo a parte. Até porque boleiro de final de semana corre o maior risco de infartar em pleno exercício de sua paixão incondicional...pra quê?  Graças a esta estranha cultura de massa, tenho muitos amigos que me matariam por pensar desta forma.  Alguns já me riscaram do livrinho ao longo dos anos e outros ainda vão me trucidar. Não ligo. Amigo de verdade compra o pacote completo, com churrasco, cerveja, karaokê, mas sem direito aos jogos do brasileirão na SKY (serviço de cable TV no Brasil) - na minha companhia, jamais

domingo, 10 de abril de 2011

Tarde de Chuva e um Show do Supertramp

Roger Hodgson (acima) e Flávio Venturini
(abaixo) - Supertramp brasileiro de volta

Epcot Center, Orlando (Flórida), novembro de 2010 - fim de tarde frio e chuvoso. Esse parque fenomenal, dentre tantas atrações, é também dividido em sessões temáticas, onde cada país mostra um pouco da sua cultura, arquitetura e culinária. E têm sempre as famosas lojinhas de “souvenirs” no final. No espaço dedicado aos Estados Unidos (o mais imponente, lógico), tropeço no improvável.  Em um pequeno palco à beira do lago rolava um pocket show do Roger Hodgson, a voz do Supertramp – não acreditei logo de cara, achei que era um cover, mas era ele mesmo. Como chovia muito naquela hora, não mais do que 250 fãs de capas de chuva brancas e amarelas se espremiam ali, de pertinho, vendo aquele senhor de cabelos compridos, sorridente, sentado ao teclado  tocando “Dreamer”.  Vendo ali o Sr. Hodgson tão autêntico, tão americano, lembrei do 14 BIS (a banda dos anos 70, não o avião) – sempre os considerei o Supertramp brasileiro. “Dreamer” soa com o mesmo impacto de “Espanhola” (Flávio Venturini/Guarabira) – a sensação nos primeiros acordes é inconfundível. “The Logical Song”  lembra “Bola de Meia” (Milton Nascimento), com aquele rif de violão e o assobio indefectíveis. E, assim como o americaníssimo Mr. Hodgson, nada é tão autenticamente brasileiro na música pop quanto o 14 bis de Magrão, Vermelho e os irmãos Venturini. Aliás, após 30 anos de carreira solo, Flávio Venturini retornou pra banda, devolvendo parte da originalidade desse ícone do final dos anos 70.
Saí do parque feliz, realizado e gingando naquela chuva fria e fina. Na cabeça “Dreamer” ainda soava ao fundo enquanto assobiava “Bola de meia, bola de gude, o solidário não quer solidão. Toda vez que a tristeza me alcança, o menino me dá a mão”... 
veja abaixo - Roger Hodgson (1) e 14 bis (2)

fonte: arquivo pessoal

fonte: youtube

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tasso da Silveira

O poeta Tasso da Silveira
Tasso da Silveira foi um poeta modernista curitibano da época de 1932 e viveu até 1968. Mas, a contar pelos verbetes no Google, nunca se falou tanto nesse nome quanto nas últimas horas aqui no Brasil - 580.000 verbetes, não é pouca coisa. Veja um trecho de um de seus poemas mais famosos na época:


Intróito
Nós temos uma visão clara desta hora.
Sabemos que é de tumulto e de incerteza.
E de confusão de valores.
E de vitória do arrivismo.
E de graves ameaças para o homem.
Mas sabemos, também, que não é esta a primeira 
hora de agonia e inquietude que a humanidade vive.  


...intrigante.

Columbine não é aqui

Mesmo que um ou mais de nós enlouqueça, a vida segue seu curso e as pessoas tomam seus rumos, bebem seus vinhos, todos os dias, na mesma calçada, na mesma padaria. A caravana segue o sol e mesmo que haja morte, massacre, milagre, ninguém se compadece por muito tempo. O dia e a noite serão os mesmos, as luzes, os ares, os bares e biroscas. As famílias vendo o jornal à mesa sempre serão as mesmas e, passado o momento, ficam apenas as dores silenciosas de quem sofreu aquela perda, de súbito, inexplicável. Mas as filas andam e logo outras tragédias humanas serão "mais importantes" que a última da vez. O inexplicável se sublima com uma facilidade incrível, basta que a caravana siga em direção ao sol, até o próximo inverno, lançamento da moda ou carnaval.
Aqui não é a "Columbine", mas agora sabemos o que aquela gente sentiu. Será que aqui a coisa assume ares mais grotescos e emotivos porque somos latinos? Acho que não. Os fundamentalistas religiosos apoiam atos muito mais grotescos (se é que existem) que fuzilamento de crianças. É mais uma faceta perversa que nos ronda sem piedade. Será que o bulling tem alguma coisa a ver com isso? Difícil saber, mas pode ter a ver sim. Tudo o que a gente toma da natureza ela nos cobra de volta. A infância e a inocência das nossas crianças será sempre cobrada centavo por centavo, através do meio em que vivem e dos exemplos que são dados. Então a natureza vem dar o troco: parte de uma geração cresce rude, sem cidadania, limite  ou sanidade. E trava uma guerra particular contra inocentes. Nada mais surreal e mundano. Mas daqui a pouco ninguém mais se compadece.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Robertos "entre aspas"

“Os que crêem que a culpa de nossos males está em nossas estrelas e não em nós mesmos ficam perdidos quando as nuvens encobrem o céu.“ (Roberto Campos)

“Vencer não é competir com o outro. É derrotar seus inimigos interiores.” (Roberto Shinyashiki)
“Quase gravei a música As Rosas Não Falam, do Cartola, mas não fiz justamente por achar que elas falam.”(Roberto Carlos)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Cientistas encontram gene ligado ao consumo de álcool

Cientistas identificaram um gene que aparentemente influencia no quanto alguém consome de álcool, aponta estudo com mais de 47 mil pessoas publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). O achado poderá ajudar no entendimento do  O gene, chamado "candidato 2 de suscetibilidade autista" (AUTS2), foi anteriormente, como o nome sugere, ligado ao autismo e ao distúrbio de déficit de atenção e hiperatividade, mas não se sabe ao certo qual é a sua função. Este estudo, conduzido por cientistas do Imperial College London e da King's College London, revelou que há duas versões do gene AUTS2, um deles é três vezes mais comum que o outro. Pessoas com a versão menos comum bebe cerca de 5% menos bebida alcoólica do que as demais. O gene é mais ativo em partes do cérebro associados com o mecanismo neuropsicológico de recompensa. Já se sabia que os genes tinham um papel neste processo, mas único conhecido por fazer uma contribuição no quanto as pessoas bebem era o gene de codificação da desidrogenase, enzima que quebra as moléculas de álcool no fígado. "Claro que há vários fatores que afetam quanto de álcool um pessoa bebe, mas sabemos que os genes desempenham um papel importante. A diferença que este gene em particular faz é pequena, mas descobrindo isto nós abrimos uma nova área de pesquisa nos mecanismos biológicos de controle do consumo de bebidas alcoólicas", disse o professor Paul Elliott, da Escola de Saúde Pública da Imperial College London. Os pesquisadores analisaram amostras de DNA de mais de 26 mil voluntários procurando pelo gene que aparentemente afeta o consumo de álcool, e depois verificaram os achados com as descobertas em outras 21 mil pessoas. Os voluntários reportaram o quanto beberam por meio de questionários. Uma vez identificado o AUTS2, foi examinado o quanto do RNA mensageiro, uma cópia do código genético usado na produção de proteína, estava presente em amostras de tecido cerebral doados para a pesquisa. A equipe então descobriu que aqueles que tinham a versão do gene associada com o baixo consumo de álcool produz mais RNA mensageiro, o que significa que o gene é mais ativo. Os pesquisadores também investigaram cepas de camundongos que foram escolhidos de acordo com o quanto de álcool consumiam voluntariamente. Eles descobriram que havia diferenças nos níveis de atividade dos genes AUTS2 entre as diversas raças que ingerem mais ou menos álcool. Uma observação em gene relacionado em moscas das frutas também foi levado em consideração e mostrou que o AUTS2 influencia o consumo de álcool em várias espécies. "Nestes estudos nós combinamos pesquisas genéticas com investigação do comportamento animal. Como as pessoas bebem por motivos diferentes, entender o comportamento influenciado pelo gene nos ajuda a entender a base biológica destes motivos. Este é um passo importante em direção ao desenvolvimento da prevenção individual e tratamento para o alcoolismo, avalia o professor Gunter Schumann, do Instituto de Psiquiatria do King's College London.
fonte: Estadao.com - matéria na íntegra 

sábado, 2 de abril de 2011

Cyber drogas - pra que??

Um programa chamado I DOSER emite uma combinação de ondas sonoras que “enganam” o cérebro e o indivíduo tem sensações que simulam às provocadas pelas drogas reais. Por isso esse tipo de programa é conhecido como “droga virtual”. Quanta improdutividade. Lembrei do refrigerante de maconha (já descrito aqui). Deve ter um estudo bicentenário que explique esse secular  (e obsessivo) fascínio do ser humano por se chapar. Não pode ser só pra não encarar a realidade do dia a dia, uma vida maçante ou em nome da elevação da alma, purificação cármica e outros clichês. Não pode ser só isso. Por exemplo, no site I DOSER tem uma “droga” chamada Gate of Hates – o principal efeito sugerido é de um transe que predispõe o usuário a ter pesadelos. Me pergunto que mente atormentada toma uma “droga” pra querer ter pesadelos. Isso é bem mais angustiante do que o individuo que gosta de montanha russa porque sabe que vai passar mal.
Mexer com ondas sonoras de forma útil já produziu grandes feitos e temos exemplos aos montes. Pra citar apenas a medicina, o efeito Doppler tem aplicação diária na mediação da velocidade do fluxo sanguineo. Usa-se ondas sonoras até pra detecção de lesões musculares e outras.  A utilização da música como terapia é comprovada, pelo seus efeitos físicos: anos atrás, circulava na web um artigo chamado “Mensagem das águas”, onde o Professor Masaru Emoto colocou a molécula da água sob a influência de diversos sons, dentre os quais músicas de Bach e Chopin. Evidenciou uma nítida harmonia nos cristais da água e provou que o corpo humano, constituído 70% de água, reage da mesma forma a estes mesmos estímulos. Mas a nobreza cai por terra quando a física é, mais uma vez dentre tantas vezes, usada por motivo fútil.
A maior platéia do I DOSER é a turminha das redes sociais, pessoal que fica horas a mais na frente do computador e horas a menos fazendo algo verdadeiramente edificante e saudável.  E o Iphod, como principal interface, tem dado uma mãozinha ao "vício".  Vasculhando o Facebook e o Orkut, encontrei mais de 50 comunidades de simpatizantes das cyber drogas. O mais impressionante é que nada do que é publicado sobre o assunto tem alguma base científica, um depoimento consistente ou determinante. Uma “dose” do fazedor de pesadelos custa 199 dólares no site, mas tem diversos preços para diversas “doses”. Tentei achar umazinha a preço de ocasião: achei por 2,50 dólares uma que te dá a sensação de ter tomado vários cafés e outra que diz reproduzir os efeitos da heroína. Heroína a pouco mais de 3 reais?? Impossível. Mesmo sendo virtual deve ser falsa. Se seu filho ou filha estiver deitado na cama tendo um frenesi com os fones colados no ouvido, cuidado. Antigamente, podia ser o Iron Maden a todo o volume. Hoje, sabe-se lá o que pode ser. Cyber drogas.
fonte: wikipedia, I DOSER website, G1 website & folha web