Não curto futebol. Não gosto mesmo, simples assim – a coisa (ou a bola) não rola nem em tempos de Copa do Mundo. No tempo do “ginasial”, a recordação que tenho das aulas de Educação Física era a clássica divisão em times “com camisa” e “sem camisa”. Eu, perna de pau empedernido, ficava sempre como “coringa”, se alguém se machucava – podia jogar com ou sem camisa, tanto fazia, era só alguém cair em campo. Como a galera não queria sair de campo nem a pau, jogavam machucados mesmo. Eu investia meu tempo conversando com o professor sobre carros, aviões, contando piadas, além de me manter limpo e perfumado. Na verdade, ao contrário dos meus colegas, fazia qualquer “sacrifício” pra NÃO entrar em campo.
Meu DNA nunca assimilou o futebol. Não vejo graça no jogo e nem naquilo tudo que cerca o jogo. A quem interessa o Amor incondicional que os fanáticos tem pelos “craques” e seu times senão aos próprios “craques” e seus times? E que tipo de exemplo os craques passam? Ter carrão, pegar mulherão, usar correntão de Rapper, fazer dancinha depois de um gol e dar aquelas entrevistas horrendas tipo “perdemos, mas a gente fizemos o possível, agora é pensar na próxima, o time tá motivado, bola pra frente”. A quem interessa o fanatismo das torcidas? Mobilização de massas serve pra mudar tantas coisas, mas pra que serve uma torcida que dá soco e ponta-pé em cadeira de estádio e em ônibus de “torcida rival”? A necessidade que as pessoas têm de pertencer a um grupo mostra que carência não tem limite. É um sentimento tipo “pra ser diferente tenho que ser igual”. Daí, alguém me diz “cara, esse final de semana ganhamos do verdão e fomos pra fase seguinte com doze pontos de vantagem!”. Ganhamos quem??? O cara fala como se fosse acionista do time, com direito a voto e participação nos lucros.
Sempre me declarei gremista. NADA! Não sou NADA gremista, nem sei quem é o time, nunca soube. Cansei de ser simpático. Sempre que digo que sou gremista, escuto uma gracinha ou então algo tipo: “então esse final de semana a gente ganha?” – normalmente é outro gremista (um verdadeiro) e bem informado. E eu fico no sorriso amarelo “...ah, é mesmo, vamos ganhar...” . Hoje em dia já saio logo dizendo: “não acompanho futebol nem torço pra time nenhum”. Os olhares de decepção são comuns, mas passa logo. Botar camiseta de time (as oficiais mesmo custam “os olhos da cara”), aquelas chuteiras carérrimas do “Ronaldo, O Fenômeno” e jogar aquela pelada de final de semana são outro capítulo a parte. Até porque boleiro de final de semana corre o maior risco de infartar em pleno exercício de sua paixão incondicional...pra quê? Graças a esta estranha cultura de massa, tenho muitos amigos que me matariam por pensar desta forma. Alguns já me riscaram do livrinho ao longo dos anos e outros ainda vão me trucidar. Não ligo. Amigo de verdade compra o pacote completo, com churrasco, cerveja, karaokê, mas sem direito aos jogos do brasileirão na SKY (serviço de cable TV no Brasil) - na minha companhia, jamais.
Dani,
ResponderExcluirCorrija: jogavaM machucados // Rapper (o estilo é Rap, Rhythm And Poesy) // time tÁ motivado // caRéRRimas (inverta os "R").
1 abç, Alex.