Há quem defenda que empresas
pequenas são totalmente diferentes das empresas grandes quando o assunto é gestão. Volta e
meia ouço de pequenos empresários pérolas do tipo “mas aqui não funciona como uma
empresa grande, somos pequenos”. É claro e obvio que uma empresa pequena não
funciona como uma empresa grande. O impacto de cada decisão tomada e o custo
dessas decisões tem diferenças proporcionais absurdas. Mas existem princípios
de negócio que não dependem do porte da empresa, então a resposta à pergunta "são diferentes?" pode ser "sim e não" - ter um plano de negócios que considere o investimento e o retorno no
curto e no longo prazo, escolher as pessoas certas pra dar suporte ao trabalho
(e nesse caso não importa se estamos falando de 2 pessoas ou de 50), jamais
misturar o recurso da empresa com os recursos pessoais, definir claramente quem
são seus concorrentes e investir pra superá-los são só alguns exemplos de como
o que serve pra uma realidade serve também pra outra. Só que o micro empresário
nem sempre olha pra isso, fica preso na sua própria “pequenez”. E vai tocando o
negócio de ouvido, sem muito planejamento, mensurando o curto prazo e reagindo ao invés de AGIR frente ao
humor do seu mercado.
A diferença mais gritante entre
uma empresa grande e uma empresa pequena talvez esteja no chamado JOGO DE
CINTURA, obviamente necessário nos dois ambientes, só que sob perspectivas bem diferentes.
Numa grande empresa, tomar decisões significa ter que lidar com um pacote que
envolve opiniões, visões de negócio e ambições diferentes das suas. Tudo isso
levando em conta o impacto financeiro e o resultado esperado no curto, médio e longo prazo (e nesse ponto,
nem sempre as pessoas que decidem enxergam da mesma forma). Numa empresa
pequena, principalmente onde quem decide é o dono e talvez mais uma pessoa ou duas,
as decisões ocorrem o tempo todo, em tempo recorde e com bem menos interferências. Em compensação, no instante seguinte, o impacto
financeiro sobre uma decisão mal tomada pode definir a continuidade ou não do
negócio e também a saúde financeira do próprio dono.
Creio que o ponto mais bizarro
e mais importante, pra variar, chama-se pessoas – numa grande empresa, reter talentos faz
parte do jogo e isso é feito por meio de promoção ou engajamento em projetos
novos, conforme avaliações de desempenho. Mas na realidade do dia a dia o
impacto da perda de um talento pode ser rapidamente corrigido caso já se tenha um
processo prévio de reposição (banco de talentos). Por isso, uma equipe dentro
de uma grande corporação tende a ser menos vulnerável à derrapadas de gestão no
lidar com pessoas (um gestor fraco ainda pode passar anos escondido por detrás
do turn over da sua equipe,
infelizmente). Mesmo que se erre com as pessoas, no final o trabalho será feito
por outro, tendo a equipe absorvido a mudança rapidamente (isso não quer dizer necessariamente que o resultado apareça, isso é
outra coisa). Já numa empresa pequena, movida por poucas pessoas, a
necessidade de retenção também existe, porém a avaliação de performance é menos
formal, pautada no dia a dia e o reconhecimento se dá na remuneração. Aqui, o
impacto de uma atitude errada com pessoas pode custar a performance de um mês inteiro de faturamento. Nesse caso, vale um
princípio muito falado em empresas grandes, mas cujo discurso raramente vira
prática cultural – demore o tempo que for pra fazer uma boa contratação. Contratando
bem, a chance de ter que demitir é vai ficando remota – em empresa pequena é o que muitas vezes difere um resfriado de uma pneumonia. É questão de sobrevivência.
Olá Daniel, essa pergunta é recorrente
ResponderExcluirMas a maior diferença é o volume na atividades
ou seja, comprar,vender por exemplo, existem em todas as empresas.
A diferença e a complexidade.As atividades administrativas são universais.
Obviamente a quantidade de funcionário e o nivel de especialidade é uma das grandes diferenças. No fundo todas devem estar aptas em atender às necessidades dos seus clientes e não buscar simplesmente um lucro imediato
Como o tema permite um longo debate, para não alongar fico por aqui
Agraços
Elazier
É questão de proporção. Numa empresa, o impacto sobre o resultado é diretamente proporcional ao número de pssoas envolvidas. Numa empresa que tem 3 vendedores, a perda de 1 pode representar 30% do faturamento, se ele tiver os "clientes na mão" e for direto para um concorrente com produtos semelhantes. Numa grande empresa, com 1000 funcionários, nem mesmo um diretor substituido gera impacto perceptivel. Quando diretor comercial de uma empresa de 50 milhões de dólares/ano de faturamento, ouvi uma lição magnífica de um sócio de 33%:"Esta empresa tem que faturar como uma grande empresa, mas ser diriga como um armazém de secos e molhados". É bem por aí.
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