Na
hora do pânico, é normal a reação de que parece que esquecemos tudo o que
aprendemos. Por isso, o tema abaixo é importante tanto para médicos tarimbados
como para leigos, Pode ser a diferença entre a atitude correta e uma tragédia
sem precedentes. Por isso convidamos o Dr. Ricardo pra falar sobre crianças
engolindo coisas.
Por
Doutor Ricardo Tedeschi Matos (*)
Na
eventualidade de uma criança engolir um objeto, devemos prestar atenção a
alguns detalhes. Primeiro, se ela está respirando com dificuldade, se há ruídos
na respiração ou se a cor da pele está arroxeada, no caso afirmativo, a criança
deve estar com um corpo estranho em via aérea. A conduta imediata é fazer a
manobra de Heimlich, onde a pessoa aplica uma manobra, onde deverá posicionar-se
atrás da vítima, fechar o punho e posicioná-lo com o polegar para dentro entre
o umbigo e o osso externo. Com a outra mão, deverá segurar o seu punho e puxar
ambas as mãos em sua direção, com um rápido empurrão para cima e para dentro a
partir dos cotovelos. Deve-se comprimir a parte superior do abdômen contra a
base dos pulmões, para expulsar o ar que ainda resta e forçar a eliminação do
bloqueio. É essencial repetir-se a manobra acerca de cinco à oito vezes. Cada
empurrão deve ser vigoroso o suficiente para deslocar o bloqueio. Caso a vítima
fique inconsciente, a manobra deve ser interrompida e deve ser iniciada a
reanimação cardiorrespiratória.
Atitude no caso de crianças maiores |
Estas
situações são de extrema gravidade, e deve simultaneamente ser acionado um
serviço de emergência médica como o SAMU. Felizmente, a maioria dos corpos
estranhos acabam migrando para o trato digestivo, onde deve-se atentar quanto
ao tipo de corpo estranho ingerido, os mais perigosos são as baterias de
relógio e de brinquedos, imãs, e os materiais pontiagudos metálicos, como
pregos e alfinetes devido ao elevado risco de perfuração e desta forma
necessitar de uma cirurgia de urgência. Os pais devem procurar imediatamente um
pronto atendimento médico, para serem avaliados por um profissional, onde o
mesmo irá solicitar exames de radiografia para localização do objeto e posteriormente
uma endoscopia digestiva alta, para remoção do mesmo.
Os
corpos estranhos mais freqüentes são as moedas, que na maioria das vezes são
eliminadas naturalmente através da evacuação, assim como outros objetos
plásticos pequenos e não pontiagudos, porém em alguns casos, estes objetos
ficam impactados no esôfago e se faz necessário sua remoção endoscópica. Há
também moedas que ficam paradas no
estômago, neste caso podemos aguardar em torno de 7 a 10 dias e caso não migrem
pelo piloro, canal de passagem do estômago para o intestino delgado, deve-se
realizar a endoscopia.
Vale
ressaltar que a prevenção deste tipo de acidente pode ser feita, onde
orientamos evitar que as crianças tenham o hábito de colocar objetos que
estejam ao alcance da mão na boca, orientar uma mastigação adequada, evitar
falar, gargalhar, brincar, correr e gritar enquanto come, não sacudi-las
durante as refeições. A dentição incompleta também é um fator de risco.
“Lembrando que quando se trata de crianças, num minuto de descuido podem acontecer estes
eventos!”
(*)Dr.
Ricardo Tedeschi Matos
Endoscopista
e Cirurgião Geral
Mestre
em Gastroenterologia pela FMUSP
Titular
da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED)
Membro
do Corpo Clínico da Clínica Bragalha, Piracicaba (São Paulo)
fontes:
Endoscopia Digestiva_SOBED (Soc. Brasileira de Endoscopia Digestiva) 2004
Sites
eletrônicos: Socorrismo (clique aqui) e Wikipedia (clique aqui)
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