Paciência com as mudanças, isso temos que
ter, não tem jeito. Mas tá dando gosto de votar no Brasil. Aquela mania absurda
de sempre achar que o que é de fora é melhor não funciona quando o assunto é
votação. Mais que qualquer outra inovação (e o finado Steve Jobs que me
perdoe), o Brasil dá um show nesse terreno e não é de hoje. As urnas
eletrônicas começaram a substituir o voto manual no país em 1996. E, a partir
de 2010, a urna biométrica tem sido testada, mas não padronizada ainda devido
ao custo elevado.
Pra votar no Brasil, leva-se
menos de 30 segundos e a chance de erro é mínima. O mesário pega seu título
para simples conferência, você dispõe o dedão sobre a leitora azul turquesa e,
feito o reconhecimento biométrico, vai até a urna. Digita o numero do seu
candidato – lá estão três botões: CONFIRMA, CORRIGE e BRANCO. Pronto. Sem
burocracia, sem demora, sem complicações. Os votos ficam armazenados em cartões
de memória criptografados. Terminou a votação, o Supervisor da secção salva os
votos em um pen drive lacrado e encaminha para o TRE (Tribunal Regional
Eleitoral) local. No caso dos pleitos para Vereadores e Prefeitos, o resultado
sai em duas horas. No caso de pleitos nacionais, onde a compilação remota
enfrenta as distâncias e o próprio volume de dados, leva-se um dia até o TSE
(tribunal Superior Eleitoral) divulgar resultados.
Urnas biométricas - rapidez e segurança |
138 milhões de pessoas
acessando mais de 400 mil maquininhas em tempo real. No pleito municipal de
2012 (onde foram escolhidos Prefeitos e Vereadores em todos os municípios brasileiros), o número de urnas substituídas por defeito foi 2257 unidades – 0,6% do
total. Ninguém no mundo moderno faz eleição
desse jeito. A jornalista Tutti Vasques (Jornal o Estado de São Paulo) resumiu
bem como a coisa anda no EUA: uma carroça eleitoral. Os caras testam nossa urna
lá, mas no final é no papelzinho mesmo que a coisa se decide. Como sempre, a
inovação vem cercada de insegurança e polêmica. Em países da América Latina, a
tentativa de implantar as urnas brasileiras fracassou varias vezes pela
desconfiança no sistema - a oposição sempre vai alegar fraude. Na Argentina,
chegaram a ser testadas e usadas, mas sempre meia bomba. Por fim, foram banidas
de lá (me conte uma novidade recente onde los
hermanos não têm apoiado o retrocesso).
O voto eletrônico é o Brasil
que deu certo e ponto. Talvez uma das maiores contribuições mundiais desde a
invenção da democracia pelos gregos. Alguém duvida?
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