Nicolai e Pavel Inventores reféns de suas crias |
Dois
caras, dois destinos, duas histórias. Andréas Pavel e Nélio José Nicolai,
inventores. Pavel é alemão naturalizado brasileiro, ex Diretor de programação
da TV Cultura e produtor de documentários pra TV. Mas ficou conhecido como o
inventor que registrou em 1977 a patente do avô do ipod, o walkman. Meses depois,
a Sony lançou o aparelho e deu inicio a uma pendenga judicial que durou 24
anos. Reconhecida a paternidade da invenção, a gigante japonesa fez acordo com
Pavel. Até então, Akio Morita, dono da Sony morto em 1999, era tido como o
inventor do walkman. Nélio Nicolai, mineiro morador de Brasília, é o inventor
responsável por tornar a expressão “Quem fala?” uma expressão morta.
Eletrotécnico de formação, Quando trabalhava na Telebrasília, os trotes
infantis eram a principal dor de cabeça da operadora. Obcecado por uma solução,
inventou o bina, sistema que reconhece o número do telefone de quem liga (BINA
é a sigla de “B Identifica Número de A”). Sem incentivo da empresa para a qual
trabalhava, registrou o invento por conta própria em 1980. O corpo de bombeiros
de Brasília, cansado de trotes, se interessou pelo invento de Nicolai e quatro
Binas foram instalados na corporação. Daí pra que o sistema se tornasse famoso
foi questão de tempo. E aí começou a luta de Nicolai pra provar que era o pai
da criança, luta que, ao contrário de Pavel, ainda não foi vencida, apesar
dessa e mais 40 invenções terem registro formal no INPI (Instituto Nacional de
Propriedade Industrial). No caso de Nicolai, até a Ericsson e a Bell Canada tiraram uma casquinha, sem falar no atual uso disseminado feito por operadoras
de celulares. Segundo seu advogado, se fossem ganhas, seriam indenizações de
mais de 180 bilhões de reais.
O
ponto comum dessa história toda: dois gênios investem uma vida inteira na briga
pelo usufruto condigno do mérito por suas invenções. Segue sem explicação essa
obsessão humana por pilhar a idéia alheia e que comumente mostra seu lado mais
sombrio dentro das próprias empresas. Tudo em nome da “saudável” concorrência
de mercado. Nada mais primitivo. Nada mais humano.
fontes: revista Galileu, revista Época, wikipedia
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