O dilema hi-tech do momento - vai dar um celular pro seu filho?
Vendo o quanto o “senso
de urgência” ficou avacalhado com o aparecimento dos celulares e smartphones,
me dá um frio na espinha. A atitude irracional de qualquer um de nós adultos
enquanto usamos nossos telefones mostra claramente como isso pode ser
potencializado na mão de uma criança. Vendo a forma como filhos de amigos meus
ostentam seus aparelhinhos quando chegam na escola ou como mostram o pequeno troféu
numa festa de aniversário - perco o humor.
Cresci numa época em
que “dar ou não dar uma bicicleta” e, pouco depois, “tirar ou não tirar a
rodinha de apoio da bicicleta” tirava noite de sono de qualquer pai. Hoje essa aflição (e,
porque não dizer, pânico) me assombra quando o assunto é dar celular pra filho.
E quando? A pediatra americana Wendy Sue Swanson
cita uma pesquisa realizada pelo The Pew Research Center & American LifeProject. Na pesquisa, a grande maioria das respostas aponta para 13 anos como
sendo a idade ideal. E sugere que o modelo de aparelho seja o mais otimizado
possível - a criança não tem ainda a menor condição de julgar o que seria o
melhor uso e dar um smartphone nesse caso seria uma completa insensatez.
Dra. Wanson "nada é mais saudável que o acompanhamento dos pais" |
Uma
empresa americana chamada Kajeet (Chicago, Illinois/EUA) aponta para o que vai
ser o futuro próximo – se especializou em ser uma empresa de telefonia para
crianças. Vendem aparelhos e planos customizados para dar às crianças o que els
precisam e aos pais a tranqüilidade e segurança necessárias. Com um celular
Kajeet, é possível restringir funções, tempo de uso, ou sites e aplicativos não
autorizados. E ainda vem com localizador em tempo real. Vendo essa realidade,
fico pensando em que patamar vivemos - uma agência reguladora precisa cortar a
venda de planos de telefonia num pais inteiro pra que as respectivas empresas invistam em
estrutura básica de comunicação – a briga no Brasil é por conseguir fazer
ligações. Mantenho minha posição sobre ficarmos nos diminuindo frente ao que vem de fora: patético absurdo. Mas tem coisas que não dá.
A própria
Dra. Swanson adverte que não existe controle mais saudável do que o
acompanhamento dos pais. O dilema dos celulares com a criançada não é um evento
novo. Foi assim com a TV, com o videocassete, videogames e computadores. É tudo
tela. E há que se dar sentido a isso, impondo limites
saudáveis para que a criança possa ter uma diversidade de experiências, inclusive tecnológicas. Mas sigo achando que perder a noite de sono pensando se "tira ou
não a rodinha da bicicleta" dava bem menos menos medo...
fontes: Kajeet website, New York Times website, Folha online, The Pwe Research website.
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