Pesquisadores relatam um avanço na geração de anticorpos
poderosos que podem neutralizar o HIV
A partir do momento em que o vírus HIV infecta a sua vítima,
inicia uma guerra entre sistema imunológico e vírus. Os anticorpos encarregados
de combater e destruir o HIV são eficazes apenas nas primeiras semanas. A
medida que o vírus vai sendo combatido, os que sobram sofrem mutações e esse é
um processo contínuo - quem vence o confronto final é sempre o vírus. Só que
isso acontece em 80% dos casos. Mas e os outros 20%? Segundo estudo da Duke
University School of Medicine (publicado na revista Nature) existe uma gama anticorpos
de chamados “saqueadores virais” que são capazes de virar o jogo na guerra
imunológica, podendo neutralizar a ação do HIV. Estimular o corpo a produzir
esses anticorpos não tem ajudado muito – ao assumir uma forma diferente, tais
anticorpos podem se voltar contra o próprio sistema imunológico ou se ligam
também á células saudáveis, tentando destruí-las.
Mas, segundo o líder da pesquisa, Professor Barton Haynes,
um mapeamento cuidadoso das mutações provocadas pelo HIV pode estimular o corpo
a produzir anticorpos verdadeiramente neutralizantes.
"Rastreamos os indivíduos a partir do momento da
infecção pelo HIV até o momento em geraram anticorpos neutralizantes. Então
mapeamos e isolamos o vírus, acompanhando cada passo ao longo do eliminando as
dúvidas sobre o que induziu os anticorpos. Nós temos um mapa sobre como recriar
as versões [do HIV] sequenciais que poderiam dirigir linhagens de anticorpos
específicos”, afirma Haynes.
O estudo foi realizado com amostras de sangue de 400
pacientes observados por 3 anos, desde o momento da infecção pelo HIV. Foi possível
observar que a primeira linhagem de anticorpos surge após 14 semanas desde a
infecção. Esses anticorpos se mostraram capazes de se ligar a partes pouco
mutáveis do vírus e, por isso, serão a base para a produção de uma possível
vacina.
Segundo o Professor Heynes, cada pessoa infectada reage
de uma forma diferente, o que os leva a ter que produzir diferentes versões do
anticorpo neutralizante. Mas, a exemplo das drogas anti-retrovirais utilizadas
atualmente, esse é um caminho viável e mais um avanço importante contra o HIV.
fonte: TIME Health & Family
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