sábado, 6 de abril de 2013

Facebook Home - o olho que tudo vê


Novo aplicativo para Android  faz Big Brother parecer coisa de principiante

Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, anunciou  em entrevista coletiva o lançamento do Facebook Home. Mas o que é o Facebook Home? É uma “nova roupa” que transforma os celulares android em um dispositivo personalizado na rede social - ou facebuquizado. A tela inicial do seu aparelho passa a ser o Facebook e suas aplicações. Os demais aplicativos se tornam “secundários”, seguem disponíveis mas ficam escondidos.




Ok, mas que sentido isso faz pro usuário? Guilherme Felitti (Revista Época Negócios) buscou no racional do jornalista americano Om Malik uma visão bem desconfortável, pra dizer o mínimo: o Facebook Home acaba com a privacidade do usuário. Diferente do que Mark Zuckerberg quis vender em sua coletiva, o Home não é um aplicativo como outro qualquer. Além de “facebuquizar” o celular, o Home é bastante integrado com o Android, sendo bem difícil desativá-lo depois da ativação – o bicho fica “ligado” 24 horas e se recusa a ser dominado. Além disso, vai ser a porta de entrada de qualquer aplicativo que esteja no seu telefone. Tudo passa por ele (o olho que tudo vê) e isso define padrões de comportamento, hábitos de consumo e tudo o mais. Todas essas informações voltam para o servidor do Facebook sem a sua autorização. O home tem acesso irrestrito aos aplicativos e ao hardware, o que permite fazer correlações entre seus contatos e perfis correlatos. E num futuro próximo, retornarão pro seu celular em forma de propaganda interativa e dirigida, baseada nos seus, nos meus, nos nossos hábitos diários. Se seu telefone fica uma semana "em repouso" dá pra supor que aquele seria o local da sua casa, do seu trabalho, das usas férias - o GPS do bicho vira um rasteador do dono, a serviço do senhor Zuckerberg. Tá de sacanagem...


Em resumo nada disso vai servir pra melhorar vida do usuário. O Facebook precisa de fontes criativas de receita, como todo o negócio. E esse, segundo Om Malik, é só mais um avanço nesse sentido. 

Não quero um celular olhando 24 horas pra mim, isso tem que ter um limite. Nem precisa de um Facebook Home pra isso. Às vezes olho pra ele, sobre uma mesa inocente, e parece que está me cuidando. Cortei todas as interações diretas dele com redes sociais, pois além do mais, estar “on line” come uma bateria absurda.

Lembrei de “2001 – uma Odisséia no Espaço”, Stanley Cubrick já sabia. Mas no meu celular, Facebook Home, não. Não mesmo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário