Novo aplicativo para Android faz Big Brother parecer coisa de principiante
Mark
Zuckerberg, CEO do Facebook,
anunciou em entrevista coletiva o lançamento do Facebook Home. Mas o que é o Facebook Home? É uma “nova
roupa” que transforma os celulares android em um dispositivo personalizado na
rede social - ou facebuquizado.
A tela inicial do seu aparelho passa a ser o Facebook e suas aplicações. Os demais
aplicativos se tornam “secundários”, seguem disponíveis mas ficam escondidos.
Ok, mas que
sentido isso faz pro usuário? Guilherme
Felitti (Revista Época Negócios) buscou
no racional do jornalista americano Om Malik uma visão bem desconfortável, pra
dizer o mínimo: o Facebook
Home acaba com a privacidade do
usuário. Diferente do que Mark Zuckerberg quis vender em sua coletiva, o Home
não é um aplicativo como outro qualquer. Além de “facebuquizar” o celular, o Home é bastante integrado
com o Android, sendo bem
difícil desativá-lo depois da ativação – o bicho fica “ligado” 24 horas e se
recusa a ser dominado. Além disso, vai ser a porta de entrada de qualquer
aplicativo que esteja no seu telefone. Tudo passa por ele (o olho que tudo vê)
e isso define padrões de comportamento, hábitos de consumo e tudo o mais. Todas
essas informações voltam para o servidor do Facebook sem a sua autorização. O home tem
acesso irrestrito aos aplicativos e ao hardware,
o que permite fazer correlações entre seus contatos e perfis correlatos. E num
futuro próximo, retornarão pro seu celular em forma de propaganda interativa e
dirigida, baseada nos seus, nos meus, nos nossos hábitos diários. Se seu telefone fica uma semana "em repouso" dá pra supor que aquele seria o local da sua casa, do seu trabalho, das usas férias - o GPS do bicho vira um rasteador do dono, a serviço do senhor Zuckerberg. Tá de sacanagem...
Em resumo nada disso vai servir pra melhorar vida do usuário. O Facebook precisa de fontes criativas de receita, como todo o negócio. E esse, segundo Om Malik, é só mais um avanço nesse sentido.
Não quero um
celular olhando 24 horas pra mim, isso tem que ter um limite. Nem precisa de um Facebook Home pra isso. Às vezes olho pra ele,
sobre uma mesa inocente, e parece que está me cuidando. Cortei todas as
interações diretas dele com redes sociais, pois além do mais, estar “on line”
come uma bateria absurda.
Lembrei de
“2001 – uma Odisséia no Espaço”, Stanley Cubrick já sabia. Mas no meu celular, Facebook Home, não. Não
mesmo.
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