Rolling Stones em comemoração aos 50 anos, em Londres |
Mentiria se dissesse que os Rolling Stones são minha banda preferida. Não são. Tenho dois CDs deles ganhados de aniversário e alguns vídeos baixados, muito pouca coisa. Não pagaria por um ingresso e mediaria todos os esforços pra sequer considerar a possibilidade de ver um show deles, por exemplo, na Praia de Copacabana, como aconteceu em 2006. Amigos meus se deram ao trabalho de sair de São Paulo só pra acampar lá, ver o show e voltar. Estrada, noite mal dormida, sem comida, sem banheiro descente, dormir na areia, espera e a ressaca (porque ninguém é de ferro). Admiro a pegada de um fã ferrenho, mas não combina comigo. Voltando aos velhinhos duros na queda, em 2012 os caras chegam aos 50 anos de carreira artística. No Livro Mick Jagger e os Rolling Stones, do alemão Willi Winkler, Jagger afirma sem meias palavras o seu conceito de longevidade: Os Stones é um grande negócio. Não tem como discordar. Aliás, não vou ficar aqui repetindo o que a imprensa diz sobre os 50 anos dos Stones, senão fica chato. Prefiro uma passagem desse livro, que recomendo, por ser uma colagem bem legal sobre a tragetória da banda.
Numa ocasião qualquer, durante a gravação de um disco, Mick Jagger e Keith Richards passam a noite compondo e bebendo num hotel de luxo. Pra variar, fazem isso como se fosse a última vez. No dia seguinte, dia de ensaio em estúdio. Mick Jagger, com a cabeça estourando e mau humorado, liga pro quarto de Charlie Watts aos berros: “- Onde está meu baterista? Onde está meu maldito baterista??”. Watts desliga o telefone, se arruma, coloca o terno, seus sapatos italianos, camisa de linho branca impecável. Desce pelo elevador e, ao encontrar Jagger, pega o cara pelo colarinho, dando-lhe um soco de esquerda e arremessando o magrelo encima de uma travessa de salmão: “- Nunca mais me chame de seu baterista, você que é meu maldito cantor!”. Lenda ou não, nada mais Rolling Stone. Cheers!
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