sábado, 17 de setembro de 2011

O Óleo de Vitor



Vitor Guidi - uma decisão judicial inédita no Brasil
(e no mundo) com base numa atitude de amor
Se não viu “O Óleo de Lourenzo”, veja. E saiba que no Brasil temos o nosso Lorenzo Odone. Nunca tinha ouvido falar da família Guidi, até ler a respeito. Vitor Guidi sempre soube que era uma criança diferenle. Um dia, recebeu o diagnóstico de gangliosidose GM1, uma doença degenerativa e irreversível. O pai se orgulha de chamá-lo de guerreiro, mas não advoga pra si nenhum mérito por Vitor ter desafiado o caminho natural da doença.  A sociedade médica mundial diz que a sobrevida de quem sofre de gangliosidose GM1 é de cerca de dois a três anos. Em resumo, a gangliosidose GM1 é uma doença metabólica rara que afeta o cérebro. O organismo tem déficit de uma enzima, a beta-galactosidase, que tem função antioxidante e neuroprotetora no organismo humano. Sem essa enzima, não ocorre a quebra de uma substância chamada gangliosídio (no caso, o GM1), que é neurotóxica. Sem serem quebradas, essas substâncias se acumulam no cérebro, fígado e baço.  Seu principal efeito é o atraso no desenvolvimento psicomotor, deformidades esqueléticas e outros mais ou menos nefastos. A criança regride no seu desenvolvimento neurológico. É o caso de Vitor Guidi, de Curitiba (Paraná, Brasil). Em 2011, com 21 anos, seu comportamento e dependência dos pais se iguala aos de um bebê. Só que, contrariando as estimativas, os primeiros diagnósticos foram dados quando ele tinha quatro anos, mas a batalha pra saber exatamente o que era levou cinco anos. Desde então, Adolfo Guidi (o pai) resolveu dedicar grande parte do seu tempo para suprir Vitor de todas as suas necessidades. O tiro de misericórdia foi a perda do emprego, que fez com que toda essa dedicação fosse de 100%. O pai, então inconformado com as poucas chances de sobrevida do filho, foi estudar tudo o que podia sobre a doença. Descobriu que a reposição da enzima deficitária poderia ser a solução e gastou todo o patrimônio da família pra obter um remédio homeopático, repositor como “soro antiofídico”, seguindo palavras de Alfredo Guidi. E desta forma vem tratando e cuidando de Vitor.

Mas tudo tem um lado perverso - com isso, deixou de pagar a casa em que morava a família. Quase foram despejados até que o processo foi parar nas mãos da Juíza Ana Karina Costa. Numa audiência de conciliação, Alfredo Guidi contou sua história e o porque de não conseguir saldar a dívida. Como mecânico nas horas vagas, a renda era ínfima. A Juíza teve a idéia de propor o uso de um fundo com dinheiro pago por condenados da justiça pra saldar a conta. Deu certo.

Vitor recebe alimentação balanceada com muito cálcio e vitaminas, além do medicamento manipulado à base de enzimas - e tudo isso com muito amor. Seu Alfredo resume sua atitude de forma serena: “era uma questão de decisão e eu resolvi lutar pela vida dele”. Para a ciência, o fato de Vitor estar vivo é quase um milagre. Desde quando é novidade que o amor faz milagres?





fontes: folha online, neurolipitoses.com, soperj website, Istoé website

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