sábado, 6 de agosto de 2011

Abelhas e seus perfumes

Combinação perigosa: um fascínio secular por perfumes e minha fobia obsessiva por abelhas (e assemelhados). E eu atraio, ao menos é o que parece. Compenetrado no meu prato de massa com almôndega, percebi o zumbido e ela se veio. Abelha me tira a graça e a razão com muita facilidade. Aquele papo de que “se não mexer com ela, ela não faz nada”, pra um fóbico, é pura conversa. 
- Ou é a Coca Cola ou o perfume – veio a voz por detrás do balcão. Era o dono do boteco, vendo meu salto da mesa. Ainda me esquivando, perguntei: - Como assim o perfume?
- O seu perfume, claro. É meio doce, não é? Tenho apiário há mais de trinta anos. Esses perfumes fortes. Tem alguns que elas adoram. Quem tem medo desses bicho, não pode usar perfume.
Notei naquele finzinho de frase uma zoada boa, mas tudo certo, ele tem razão. Pelas abelhas (ou pela ausência delas), largo os perfumes fácil, fácil. Tenho que fazer esse sacrifício e acho justo, afinal nós roubamos os perfumes da natureza e os aprisionamos. A vida ensina e a gente não aprende, mas é da natureza o direito de buscar o que lhe é devido. Ainda que seja pra alimentar minhas fobias, é por uma boa causa. 

Um comentário:

  1. Puxa vida, comigo acontece o mesmo, uso muito perfume e vários são doces, elas chegam a entrar de bando na minha casa pelo cheiro.

    É muito estressante.

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