segunda-feira, 2 de maio de 2011

Hipertimesia - difícil de esquecer

Ter memória privilegiada não é um feito incomum. Existe um sem número de relatos de pessoas capazes de memorizar mega quantidades de fotos, números, partituras, livros, etc. Passagens importantes e momentos tão marcantes que fazem com que uma pessoa se lembre de cada detalhe, são situações comuns. Se fazia sol, se o local era agradável, quais pessoas estavam por perto e muitos outros detalhes que só lembra quem passou pela situação. Mas se conseguíssemos colecionar todas as nossas lembranças, quase quadro a quadro? E se nossa capacidade de memorizar o passado funcionasse como uma camcorder, nonstop, 24 horas por dia, anos a fio? Já não parece tão fascinante e não me pareceu quando ouvi a expressão hipertimesia.
Jill Price
diários para aliviar o peso das memórias

Essa “coisa” é uma rara síndrome e o portador consegue lembrar literalmente de todos os eventos ocorridos em seu passado, dia a dia, com riqueza de detalhes - vida horrível. Isso deve ser uma porta aberta para uma o sujeito colecionar rancores mal resolvidos e autopunitivos. Como perdoar se não dá pra esquecer? O exercício da tolerância tem na “falta de memória” um aliado importante. Ainda bem que até o momento foram identificadas não mais do que quatro pessoas no mundo com essa síndrome. O caso da professora americana Jill Price é o mais famoso. Ela diz lembrar literalmente de tudo que ocorreu em sua vida desde os 9 anos de idade. Segundo ela: É como se eu estivesse andando por aí com uma câmera nos meus ombros e todos os meus dias se transformassem em vídeos”. Perguntada por uma apresentadora da TV americana CBS se podia citar algum acidente aéreo famoso, listou datas de todos os mais importantes, com detalhes de como ocorreu cada um. Jill escrevesse diários com suas lembranças. Não para guardar, porque não precisa, mas para ter a sensação de que o peso das memórias foi passado para o papel.
Tem coisas na vida que fazemos de tudo pra esquecer e aquilo está lá. Me sinto gratificado por, não raro, não lembrar o que comi ontem, do aniversário dos meus amigos ou onde estive no último final de semana - sinal de alguma sanidade. Sem lembranças, sem rancores, sem dores. Melhor assim.
fontes: Wiscosin Medical Society, Globo.com & wikiédia

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