quarta-feira, 2 de junho de 2010

Lei força o aumento do número de bibliotecas no Brasil

O tema "livro digital vs livro de papel" esquentou por aqui. Diretamente no "SeES", no Linked in ou no Facebook, foram 15 comentários, réplicas e tréplicas a respeito do post “Rápidas - Saraiva e os livros digitais (cadê a vantagem?)”. Tema forte, com opiniões fortes e apaixonadas, em defesa ou do papel ou dos IPADs e Kindles. Pois me atrevo a apimentar mais esse tema, acho que não tenho muito juizo.
Foi sancionada semana passada pelo Presidente Lula a lei 12.244 e publicada no Diário Oficial: "Universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País". Em outras palavras, ela determina que toda e qualquer escola, quer seja pública ou privada, vai ter que ter uma biblioteca. E o acerva tem que corresponder a um livro por aluno matriculado, sendo que as escolas terão até 2020 para a adequação à nova norma.
Acontece que segundo estudo do Movimento “Todos pela Educação” isso significa, abrir 25 novas bibliotecas/dia só nas escolas de ensino fundamental pelos próximos 10 anos. Vamos considerar que por morosidade ou desinteresse, menos da metade deste índice seja atingido, quem sabe 30% apenas: estamos falando de mais de 3mil acervos novos/ano. Não é pouca biblioteca. Isso que nem consideramos as escolas de estudo infantil, cujo o número de bibliotecas a serem construidas deverá ser de 7.800/ano. Independente do que podemos pensar a respeito, os fatos mostram que temos aí uma grande área de oportunidade para livros no país. Falar é fácil, fazer lei é mais fácil ainda, mas para mudar uma cultura, é preciso achar uma ponta da corda.
Ok, dá pra imaginar esse monte de escolas recheadas de computadores e a garotada fazendo dowload de livros digitais...não quero desapontar, mas parece que não será bem assim: segundo o 1.º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, divulgado pelo Ministério da Cultura, apenas 29% das escolas publicas têm internet.
Mesmo a profissão de bibliotecário deve representar um “up” como oportunidade, pois hoje existem apenas 21 mil profissionais formados. Um bibliotecário “geek” poderá se tornar cobiçado no mercado e, pelo visto, não vai demorar muito.

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