sábado, 30 de junho de 2012

Quero ser Grande (mas nem tanto...!)

Marmanjos e Marmanjas que ainda vivem confortavelmente sob a barra da saia de mamãe alimentam a farsa de um dia se tornarem economicamente independentes

Não teve arrego da concorrência o novo programa da jornalista Fátima Bernardes (Rede Globo). Cairam de pau. Chegou a anunciar vitória dos desenhos do SBT no Ibope daquele horário. Então minha curiosidade me levou pro Youtube. Realmente o programa não entusiasma. Morno, denuncia um desejo mal contido da âncora de ser Oprah. Não rola. Mas teve um tema interessante e cujo desenrolar da matéria seria cômico se não fosse trágico – independência financeira da juventude brasileira. E ela começa perguntando a uma psicóloga se criança que ganha mesada aprende a lidar melhor com o dinheiro. O detalhe sórdido é que em toda a matéria não se vê uma criança sequer, só marmanjos que continuam pendurados na barra da saia da mãe e do pai. São adultos-crianças, que ainda ganham mesada e não pensam em sair da casa dos pais tão cedo. Gente que acha normal, aos 23 anos, ganhar "insuficientes" mil reais de mesada ou que a mãe pague a coleção de sapatos de festa. A criatura vai morar sozinha, mas leva a carteira da mãe – vida fácil. Estágio, um trabalhinho honesto nem pensar. Mas o mais chocante foi uma mãe que resolveu bancar o filho, a nora e o neto. O argumento dela: “- Mãe é mãe, né...eu ajudo até ele se estabilizar?”. E o cara de pau do filho engroça o côro: “– ...uma ajuda de custo é sempre bem vida, eu ficaria constrangido de ficar devendo”.

Fátima Bernardes, a carioca Lilian e seu marmanjo: " -Mãe é mãe, né..."
Isso explica porque metade dos brasileiros entre 18 e 29 anos ainda não alcançou a maioridade financeira. Sempre pensei que educação financeira fosse assunto prá criançada – leituras como “A Cigarra e a Formiga” ou “João e o Pé de Feijão” sempre ajudaram na formação da atitude quando o assunto é a criança e o dinheiro. Mas e quando a criança tem mais de 20 anos? Querem tudo o que a maturidade pode proporcionar sem sair do conforto da adolecência. Pais que fizeram o favor de dar asas a uma fantasia de sucesso tardio pros filhos estão criando um batalhão de acomodados, uma geração que consome sem gerar renda. Num mundo em que, enquanto seu filho gasta seu dinheiro em balada se achando "o cara", um japonês ou um coreano é incitado a estudar 12 horas por dia e começar a trabalhar cedo. Estamos mal mesmo. Fátima, uma pena que o seu programa tenha arrancado fraquinho, mas valeu pelo tema. Tomara que melhore.
Caso queira ver a matéria, clique aqui.
fonte: youtube, uol noticias.

2 comentários:

  1. Concordo contigo. Quando ela saiu do Jornal Nacional, pelo que ela passou, parecia que seria O Programa, mas, também não achei esta bola toda. No fundo acho que a Globo quer fazer frente ao programa Hoje em Dia, da Record, que por sinal, é bem mais interessante.

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  2. Se o marmanjo ou marmanja vive com os pais, porem trabalha ajuda os velhos com as despesas da casa, paga as propias contas, faz a propia comida e lava as propias roupas, emfim gerencia a própia vida e é emocionalmente independente tudo bem, pode morar com os velhos ate o fim da vida se quiserem e os velhos concordarem tambem, aqui na minha rua e em alguns bairros da minha cidade é o que mais tem. Agora, morar com os pais sem fazer nada ou morar sozinho bancando o bonzão de filme americano sendo que é os pais que pagam as contas ai é complicado. É apenas uma opinião que estou dando, mesmo porque opinião não paga as contas de ninguem.

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