Um Gurú do Marketing ou um Monge Tibetano?
(Por Luiz Souza Filho)
Stapp e Murphy - criador e criatura |
Nenhum dos dois. Foi um baiano. Nós mortais apenas a endossamos e usamos para justificar nossas falhas e as de outros trapalhões mundo a fora. E chegou ao Brasil na década de 1960, junto com os então modernos sistemas de gestão de projetos trazidos pelos executivos americanos e consagrou-se como o matricida da lei. Isto mesmo. Foi um filhote que passou a assassinar a própria mãe e chamou-se primeiro double-check e posteriormente triple-check. A Lei de Murphy é um adágio (uma máxima), mas na verdade é um folclore. Pelo contexto em que surgiu, assumiu ares de coisa séria. E o que é pior: seu autor não é Murphy. E o ainda mais pior (licença poética) é que seu autor foi um brasileiro e baiano chamado John Paul Stapp.
John Paul Stapp, nascido em 1910 na Bahia e foi com a família, ainda jóvem pro EUA, onde morreu em 1999, no Novo México. Na época do nascimento da Lei de Murphy, ele era Ph.D., médico e Coronel da Força Aérea Americana. E como tal foi um pioneiro nos estudos dos efeitos das forças de aceleração e desaceleração no organismo humano, Stapp ficou conhecido como o "homem mais rápido da terra”. Stapp foi escolhido pela Força Aérea para ser "cobaia" de testes de resistência humana a grandes acelerações. Chegou a pilotar um trenó com propulsão por foguetes. Antes dele, estimava-se que um ser humano suportaria no máximo uma aceleração equivalente a 18 g. Stapp desfez essa barreira, experimentando mais picos de força “g” que qualquer outro humano. Durante os testes quebrou membros e costelas, teve descolamento de retina e outros. No decorrer de sua vida algumas lesões comprometeriam sua visão pra sempre. Em um de seus últimos testes, Stapp foi submetido ao equivalente a 46,2 vezes a força da gravidade. A contribuição para os projetos aeronáuticos que essas pesquisas trouxeram, além de fundamentalmente importantes, são largamente disseminadas e difíceis de quantificar.
E onde é que entra o Murphy na história? Chegamos em Edward A. Murphy. Era um dos engenheiros da equipe de Stapp que trabalhavam nos projetos de teste à tolerância humana à aceleração. Em 1949, o baiano-americano bateu o recorde de aceleração, mas não pôde festejar. Os acelerômetros do trenó-foguete simplesmente não funcionaram. Desolado, Stapp pediu ao engenheiro Murphy para identificar a falha. Descobriu que um técnico ligara os circuitos do veículo ao contrário. No relatório de falhas, Murphy anotou: "Se há mais de uma forma de fazer um trabalho e uma dessas formas pode redundar em desastre, então alguém fará o trabalho dessa forma". John Paul Stapp era tido como espirituoso, carismático e popular com seus colegas e com a imprensa. Também colecionava eufemismos e adágios, a ponto de conservar um caderno de anotações cheio deles - lendo aquilo, não perdeu tempo. Popularizou a expressão ao comentar em uma entrevista à imprensa o diagnóstico do engenheiro-auxiliar:"Se alguma coisa pode dar errado, dará" e estabelecendo aquela que viria a ser conhecida como a Lei de Murphy. A vida do baiano Stapp foi dedicada à segurança aeroespacial em particular e à segurança em geral. Seu legado? A popularização do cinto de segurança e da cultura de segurança automobilística.
A Lei de Murphy foi de tal forma incorporada à cultura de processos a ponto de surgirem filhotes, tipo: "O pão sempre cai com a manteiga para baixo", ou “Se há possibilidade de várias coisas darem errado, todas darão - ou a que causar mais prejuízo” ou a pérola: “Quando um trabalho é mal feito, qualquer tentativa de melhorá-lo piora.”
fonte: wikipedia
Muito interessante a história e, mais ainda, curioso saber os motivos do surgimento desta "Lei".
ResponderExcluirUm abraço.