Imagine poder entrevistar (e filmar) dez especialistas em gestão de pessoas, com a pergunta “quais são os principais desafios em gestão de pessoas hoje em dia?”. Agora misture os depoimentos numa ilha de edição, tipo um mosaico em vídeo. O resultado? Um desfile de coisas como “reter talentos”, “conhecimento”, “motivação” “treinamento”, “reconhecimento”, “liderança” e “competências (esqueci alguma coisa? talvez).
Enquanto isso, o “x” da questão continua refém das mazelas diárias de uma empresa. A rotina se revela um tal de planejar o futuro e realizar o presente. Mas o “x” tá lá: afinal como as pessoas se tornam gerentes de outras pessoas? Ainda se promove gente porque trouxe bons resultados, bateu meta, tem motivação. Errado? Claro que não. Justo? Depende. E depende mesmo. Cresci ouvindo que um Gerente não nasce pronto. Tem que “ralar peito” no dia a dia, tentativa e erro, até entender seu papel. “O cara” tem que ser modelo pra equipe, ensinando o grupo a reproduzir os resultados que trazia pra empresa quando era Vendedor. Como se fosse uma questão de virar a chave e puf!, se fez um Gerente motivado, esforçado. A equipe é sua antiga equipe, então na camaradagem vai dar conta do recado, afinal tem experiência e resultados pra mostrar. Falo por mim, pois sou fruto dessa cultura – hoje enxergo as cabeçadas que dei nos primeiros cinco anos como Gerente. Lembro que, quando fui promovido, no jantar de comemoração, olhava aquela gente toda e pensava baixinho: “esses caras estão loucos, não estou pronto pra isso!”.
Só que na ponta existe um grupo de “novatos” inclementes. Gente bem menos afeita à escola do “aqui mando eu” e que muda de emprego como quem muda de camisa. Estão dispostos a seguir um líder que realmente desafie a equipe com propostas simples, planos de ação coerentes e metas claras. Que saiba reconhecer virtudes e ajude a superar defeitos, delegando responsabilidades. E que tenha maturidade pra enxergar os próprios defeitos como ferramentas risonhas de aprendizado pra si e para a equipe. Só que o nosso Gerente não se não se sente bem dessa forma, porque não pediu pra estar lá. Passou o ano fazendo curso de liderança disso e daquilo. Até um Coach contrataram pra ver se “endireitava”. Ele fazia tão bem aquilo que sabia fazer e hoje não consegue fazer com que a equipe repita os resultados que ele entregava. O desfecho a seguir é uma equipe com duas vagas – um bom vendedor desperdiçado e um péssimo gerente demitido.
O artigo de Jaqueline Weigel (diretora da Weigel Coaching Associados - para ler, clique aqui) aborda o tema mostrando como o Coaching pode auxiliar na solução de um problema velho que só tem cara de novo. O profissional de Coaching pode ajudar a reparar erros como o caso acima, usando técnicas e ferramentas pra que o Gerente se descubra e assim encontre a melhor forma de influenciar sua equipe. Concordo com Jaqueline e digo mais: jamais confunda, por gentileza, o Coach com um Exorcista – tem empresa que contrata o Coach como último recurso, na bacia das almas, como se o cara já entrasse na sala de reuniões de crucifixo em punho, bradando “xô Incompetência, deixa o corpo desse Gerente que não te pertence!”.
O artigo de Jaqueline Weigel (diretora da Weigel Coaching Associados - para ler, clique aqui) aborda o tema mostrando como o Coaching pode auxiliar na solução de um problema velho que só tem cara de novo. O profissional de Coaching pode ajudar a reparar erros como o caso acima, usando técnicas e ferramentas pra que o Gerente se descubra e assim encontre a melhor forma de influenciar sua equipe. Concordo com Jaqueline e digo mais: jamais confunda, por gentileza, o Coach com um Exorcista – tem empresa que contrata o Coach como último recurso, na bacia das almas, como se o cara já entrasse na sala de reuniões de crucifixo em punho, bradando “xô Incompetência, deixa o corpo desse Gerente que não te pertence!”.
Enquanto o problema “de raiz” continuar, seguiremos andando em círculos, buscando a salvação onde não há salvação e as empresas, perdendo dinheiro e gente. Já venceu o prazo para revermos a forma como escolhemos pessoas e as colocamos na fogueira. Você Gerente Sênior, pense nisso com carinho. Pense já e faça a coisa certa desde o início. Pare de confundir promoção com punição - os verbetes tem diferenças sutis na escrita mas bizarras na atitude - depois, não vai adiantar nada transferir o “mico” pro Coach.
fonte: administradores.com
Daniel, ótimo o seu comentário, principalmente no aspecto que aborda os promovidos para "liderar".
ResponderExcluirSabemos que muitas pessoas realmente são promovidas pelo conhecimento técnico e não pelo gerenciamento de pessoas. Esse aspecto também é claro quando se fala em recrutamento e seleção, onde os gestores investem muito no conhecimento técnico e relegam a parte comportamental.
Pense em quantos lideres altamente capacitado tecnicamente que conhecemos? Ótimos em mandar, mas que não tinham a mínima capacidade de inspirar pessoas para coisa básicas, muito menos de mudar postura? A maioria com alta capacidade técnica e ótimos resultados, mas sem nenhuma capacidade em gerenciar pessoas.
O que vejo é que ainda temos muitas empresas que contratam ou promovem pessoas com foco na capacidade técnica e ótimos resultados, sem se preocupar com os aspectos comportamentais.
Por fim, será que todos os gestores tem capacidade de se transformar em líder, mesmo com a ajuda de um coach? Eu tenho fé que as pessoas querem crescer, mas já conheci muitos que não fazia nenhuma questão de mudar.
Abraços.
Máximo Maia
G.Treinamento
Máximo, obrigado pela sua importante contribuição. Veja que esse tema permeia as organizações há anos e existe uma relutância em tratá-lo de frente. Ainda vemos que tratar a questão comportamental é visto com limitação de budget, mas que tráz e sempre trará ainda mais perdas financeiras às empresas.
ExcluirDaniel, como sempre seus comentários são bastante atuais e pertinentes. Só não entendemos porque esses desvios continuam e são cada vez mais frequentes dentro das Corporações...
ResponderExcluirNos responda numa próxima...