segunda-feira, 10 de maio de 2010

Um futuro próximo ou um presente distante?

Dia desses observava Dona Lourdes, 79 anos. Uma enfermeira lhe fazia umas perguntas pro prontuário, no ambulatório de um grande hospital de Curitiba. Tinha asma grave, chiava enquanto falava com calma. Um pouco falava, um pouco chiava, levava a mão ao peito - outra crise noturna. O filho esperava no carro enquanto consultava, numa manhã fria de Curitiba (em se tratando dessa cidade, isso chega a ser um pleonasmo). Não era a primeira nem a segunda vez que me pegava imaginando como poderia ser uma pessoa como Dona Lourdes não precisar vir ao médico tantas vezes. E se ela (ou o filho) pudesse acionar a emergência via skype, o filho preencheria um protocolo via web mesmo. O médico faria um primeiro bate papo com ela pela rede dando o primeiro diagnóstico, providências e, se necessário, pediria a um paramédico que a recolhesse em uma ambulância para o hospital, mas somente em último caso. Será que é sonhar demais? Creio que não.
Pois quando lí um artigo do Dr. Ronald Dixon, percebi o quanto estamos perto disso, pelo menos tecnicamente. O Dr. Dixon é Diretor do Programa de Atendimento Virtual do Massachusetts General Hospital e Professor da Harvard Business School – caramba, acertei em cheio. Ele está testando um tipo de serviço onde o paciente é atendido em quiosques públicos e pode passar informações básicas sobre o seu estado. Segundo ele, tendo estas informações, a intervenção pode ser imediata, sem que o paciente precise se deslocar ao consultório. O Dr. Dixon, não defende um atedimento meramente virtual, longe disso. A relação direta com o paciente continua tendo um papel imperativo num modelo de saúde que se preze. Mas uma vez que mais de 60% das idas do paciente ao consultório são para mostrar exames, ele defende sim um equilibrio entreo atendimento remoto e a visita. Isso com certeza melhoraria a qualidade dos atendimentos e ajudaria médicos e pacientes a tomarem melhores decisões. Parece fazer todo o sentido, não? Dona Lourdes, pode crêr, a evolução de alguns costumes está mais próxima do que a senhora pensa!
Fonte: Harward Business Review – fev/2010 e Wikipédia

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