quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sistemas de Saúde - Inovação é o Caminho

A revista Harvard Business Review de abril trouxe um tema quente e de difícil abordagem,vamos tentar "dissecá-lo":
Dilema dos atuais Sistemas de Saúde no mundo – como criar novos modelos, adaptáveis à realidade contemporânea de “LEI DO LIVRE MERCADO” e, ao mesmo tempo, conseguir melhorar a qualidade do atendimento, reduzindo custos que só fazem crescer? Missão Impossível? Que balança é essa? É a balança da vida moderna.
Não é segredo que existem alertas vermelhos pra que mudem os Sistemas de Saúde mundiais. Por essas e outras que a reforma da Saúde dos EUA tem dado alguma dor de cabeça ao Mister Obama.
Hoje, todo o enorme o conhecimento médico sobre como se comportam as doenças pode tranquilamente caber num HD de alguns terabites e ser organizado em procedimentos padronizados, servindo de apoio à decisão do médico. No entanto, as organizações de saúde parecem não acompanhar o avanço rápido da ciência –o conhecimento existe, mas está lá disperso em cabeças e falta rapidez para aplicar. Um indício disso é uma pesquisa do Rand Corporations, instituto de pesquisas americano,onde temos que um americano tem apenas “55% de chance de receber um atendimento médico dentro de padrões geralmente aceitos”.
Outro ponto sensível é sobre o tratamento multidisciplinar de pacientes complicados, normalmente acompanhados por vários especialistas em diversas clínicas. Não existe convergência de opiniões, uma rede de ação estratégica sobre a doença e suas co-relações. Resultado provável? Retrabalho, sobreposição de procedimentos e mais custos. O mesmo que se fez com doenças de abordagem mais simples, como o Sistema Minute Clinic, ainda não ocorreu nesses casos mais complexos. Mas o artigo cita atitudes isoladas de Organizações de Saúde americanas que adotaram um modelo onde o conhecimento médico está atrelado a protocolos, tais como o Virginia Mason Médical Center (os médicos são assalariados da empresa), Intermountain Healthcare, Utah (são parte assalariados, parte autônomos) e outros. O artigo cita 4 princípios que se bem observados, representariam um SALTO rumo à inovação:
Planeje o atendimento – Só a padronização de procedimentos clínicos consegue este feito. Os procedimentos clínicos da Intermountain são realizados por rígidos protocolos (diagnóstico, tipo de exames, local de tratamento, medicamentos, etc).
Contenha a Variabilidade – Só sair dos procedimentos clínicos padronizados em situações ambíguas, separando esse paciente complicado e tratando-o em ambulatório reservado.
Reorganize Recursos – Para reinventar, é preciso repensar infraestrutura, pessoas, TI, rever Silos de trabalho e processos. Isso vai garantir tomada de decisão e atendimento rápidos, mas não apressados.
Aprenda com a Prática Diária – O conhecimento flui da pesquisa para a prática e não o contrário. Médicos mais escolados precisam ajudar os que estão chegando para que se sintam mais a vontade em suas tarefas.
Longo caminho pela frente, tão longo, tão importante. Tenho curiosidade de rever este post dentro de uns 10 anos e compará-lo com a realidade por lá, ver o quanto avançamos ou não nisso... Vale àpena ler o artigo na íntegra, pois tráz nuances que a síntese deste texto não consegue mostrar.
Fonte: Harvard Business Review Magazine – abril/2010 (Richard M.J. Bohmer)

Um comentário:

  1. Dani,

    Mr. Obana (de Mister).

    "Traz nuances", com Z e sem acento.
    Traz é do verbo trazer. Trás é como "Ele saiu de trás do carro".

    1 abç, Alex.

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