Se todo mundo tivesse remédio e tratamento de graça, as pessoas seriam mais saudáveis e se cuidariam mais? (Mas afinal, que perguntinha é essa?). Se depender do que defende o New England Wealthcare Institute, certamente que não. Adivinhe o que faz com que as pessoas não se cuidem adequadamente ou com que os tratamentos sejam ineficazes: preço do medicamento? Acessibilidade? Disponibilidade? Pasmem: A ADERÊNCIA (ou a falta dele) por parte dos pacientes com doenças crônicas é o vilão. Em outras palavras – AS PESSOAS PARAM OS TRATAMENTOS, OU NEM COMEÇAM. Isso mesmo.
Nos Estados Unidos estima-se que de um terço a metade dos pacientes não tomam os medicamentos prescritos por seus médicos, o que resulta em 100 bilhões de dólares a mais em gastos com internações hospitalares e cerca de 290 bilhões em desperdício de medicamentos por ano que poderiam ser evitados. Segundo a Organização Mundial da Saúde, dosagens prescritas erradamente, remédio errado para a doença errada, multiplicidade de medicamentos prescritos, causando confusão nas dosagens e no escalonamento das tomadas são os os motivos da não aderência mais comuns. Pacientes que consultam com vários médicos, tomam várias medicações, porém sem a coordenação multidisciplinar do seu tratamento, engrossam o côro dos que abandonam.
O estudo defende um ponto curioso, de caráter mais cultural - acesso fácil a medicamentos, através do pagamento compartilhado via planos de saúde contribui para a baixa adesão (ou seja, mexer no bolso, funciona). Várias alternativas educacionais são apontadas como formas de ganho em adesão, algumas soam meio absurdas (como remunerar a pessoa que tomar os remédios direitinho, me poupe), outras nem tanto (tais como: treinar times multidisciplinares, investir em educação do paciente, rever o sistema de reembolso, integrar e gerenciar um banco de dados coordenado sobre hábitos do paciente, etc...).
Vale a pena ler o estudo, pois se trata de um desafio e tanto para profissionais da área de Saúde – entender qual linha de comunicação adotar e quais caminhos seguir na luta contra a baixa adesão e respeito aos tratamentos propostos. Não é pouca coisa não.
Nenhum comentário:
Postar um comentário