segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sobre Vícios - a quem cabe a verdadeira Consciência

Durante uma aula sobre DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), pensava o quanto esta doença é degradante, não importa sobre qual perspectiva. Um colega que assistia à mesma aula se virou e disparou:
“Um absurdo, como é que um fumante vê um negócio destes e não se conscientiza?”.
Fiquei ali parado, pensando, matutando. Peraí, como assim, “não se conscientiza”?
Não sou a favor da postura tipo “brigada antitabagista”, assim como não apoio qualquer tipo de patrulha. Fumar é cientificamente um vício, uma prisão onde o carcereiro é a própria pessoa com suas próprias motivações. Assim como beber demais, comer demais, transar ou jogar demais e toda a lista enorme de compulsões, normalmente relacionadas com algum distúrbio ou predisposição psicológica (ou até mesmo hereditária).
A atitude patrulheira denota, sobretudo, um grande desrespeito pela circunstância do outro. Segregar não é cristão, é desumano. Então prefiro por a mão na massa, ajudar de alguma forma (inclusive respeitando o desejo de não ser ajudado), do que segregar, pôr terra de cemitério sobre a pessoa. Se não gosto de cigarro, peço que não fume se estivermos em lugar fechado. Se não gosto de bebida, peço que pegue leve, que não passe do limite na minha festa, por exemplo. Se não posso ajudar, que minha incompetência não atrapalhe e que minha consciência não condene. Jura que nunca fez isso? Nunca segregou ninguém? Então lembre da frase "fulano está fumando demais, é um cigarro atrás do outro" que você mandou no cafezinho para um outro colega. É sim, isso é maledicência. Eu já fiz isso, não faço mais - certa vez me dei conta e espero um dia ser perdoado.
Está no àr a expressão da moda: “bulling” nas escolas, um ato cruel – sempre existiu só que não com este nome – uso óculos desde os quatro anos e só eu sei o que isso me custou até mais ou menos os dez. Aliás, é na espontaneidade da criança que a crueldade materializa seu lado mais perverso, mas isso pode ser assunto pra outros bate papos. E as patrulhas são o que? A evolução cronológica do “bulling”? Que droga! não podemos ceder esse ponto pra hipocrisia. Fica a pergunta sobre quem tem que se conscientizar do que...

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