Não
lembro de algo na vida do qual me arrependa. Até hoje. Me arrependi de ter
repensado se iria assistir Tangos & Tragédias na temporada de verão deste
ano de 2014 em Porto Alegre. Fiquei na cidade 4 dias apenas por motivo de
doença na família e um desses dias era o sábado. A decisão recaiu sobre motivo
fútil: não consegui ir ao centro de Porto Alegre comprar o ingresso – não vendem
por internet, só na porta do tradicional teatro São Pedro. Devia ter me esforçado mais, até errado mais, ter feito o que devia fazer...
Uns
dias depois, quando voltei dessa fugida ao sul, li nos jornais sobre a
interrupção do espetáculo e a internação do ator Nico Nicolaiewsky, pra tratar uma
leucemia. Tive um mau pressentimento. Devia ter ido ao espetáculo. Tem coisas que só se vive uma vez. Assim como a maioria dos
portoalegrenses, já assisti várias performances do Tangos, sempre soava diferente,
mesmo sendo igual. Queria ter essa chance só mais uma vez, mas não vai dar. Nico
se foi, ou melhor Pletskaya. Ficou só o Kraunus.
O
acordeão mágico que nos fazia rir e chorar com interpretações improváveis de
sucessos improváveis ficou quieto. Aprendi que a distância entre o
arrependimento e a bilheteria de um teatro pode ser bem maior do que se
imagina. Aquele ingresso tava lá me esperando e não fui.
E também aprendi que é na Sbórnia que se dança o Copérnico. Lá, ninguém morre de fato. Vá em paz, Pletskaya.
E também aprendi que é na Sbórnia que se dança o Copérnico. Lá, ninguém morre de fato. Vá em paz, Pletskaya.
Fecha-se a cortina...
ResponderExcluirE a cortina se fechou...
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