terça-feira, 19 de outubro de 2010

Um Brasil de Tiriricas e Urnas Biométricas – parte II

Nunca mais uma eleição presidencial vai ser a mesma, sejam quais forem os resultados destas majoritárias no Brasil. Nunca mais vamos esquecer 2010. O fator internet mudou o referencial de jogo, mudou e vai continuar mudando o norte de tudo o que se diz e faz numa eleição, foi assim na disputa que elegeu Barack Obama nos EUA e vai ser assim daqui pra frente. Antes do Youtube, do Facebook e dos HDs de 1 terabyte, quem guardava recortes de jornais era considerado um expoente, preciosista e as pessoas podiam creditar escolhas erradas à memória curta, mas na era pós-internet, jamais.
Se por uma lado, as urnas biométricas mostram o futuro e as regras do jogo eleitoral ainda deixam o eleitor de saia justa, prestando contas com o passado, por outro lado, já não dá mais pra dizer “viu? eu avisei - passa o tempo, ninguém lembra mais”. Errado - só não lembra quem não quiser, bastará sempre 15 minutos de pesquisa na web, tá tudo lá, nada mais escapa – as gafes, as contradições, as declarações de hipocrisia, calúnia, as piadas de mau gosto. Está cada vez mais difícil desdizer o dito e afirmar que “não foi exatamente aquilo que queria dizer”. Quem não mantiver a coerência e a firmeza no discurso, dança. 
Fiz as pazes com o passado - ter um HD de 1 terabyte em casa ainda acho um pouco de exagero, mas comprei um de 500 gigabytes. Minha gaveta de recortes ficou vazia, mas minha memória, jamais vai ficar.  

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