domingo, 22 de agosto de 2010

TDAH - Não condene um distraído

TDAH – você já deve ter ouvido essa sigla. Se não ouviu, ok – se eu descrever rapidamente alguns comportamentos de um amigo ou parente, um sobrinho, você certamente vai entender o que essa sigla significa – TDAH: Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Pense naquela criança que parece ficar “24 horas ligada na tomada”, mexe em tudo, fala muito. Uma brincadeira ou jogo tem o poder de prender a atenção dessa criança por não mais do que poucos minutos.  Distrae-se facilmente, não fixa a atenção, seja por estímulo externo ou com os próprios pensamentos. E normalmente é muito agitada.
O TDAH é um transtorno que combina desatenção, inquietude e hiperatividadde. Até o início dos anos 80, acreditava-se que apenas as crianças apresentavam, mas não: o distúrbio se manifesta em adultos também e, nesse caso, o diagnóstico é normalmente subestimado ou tratado como algum transtorno de personalidade. O adulto com TDAH não consegue  eleger prioridades e se organizar  – pense agora naquele primo agitado, falador compulsivo e energético, que dorme pouco. O famoso “enrolado” - está sempre correndo de forma improdutiva e sem focar algo específico.  Normalmente, pessoas assim vivem estressadas, pois se sobrecarregam com atividades demais, sob o grande risco de não terminarem o que começam (isso deve, com certeza causar uma sensação de incompetência permanente).
O TDAH atinge 6% da população, porém, segundo Mario Louzã (coordenador do PRODATH, Projeto de Déficit de Atenção e Hiperatividade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo), muitas pessoas passam uma vida inteira sem serem diagnosticadas – não se tem idéia dos obstáculos que foram vencidos para uma pessoa chegar, por exemplo, à universidade.
A importância de conhecer o TDAH é seus desdobramentos extrapola os aspectos individuais - a pesquisadora americana Melissa Orlov está lançando o livro “The ADHD Effect on Marriage – Understand and Rebuild Your Relationship in Six Steps” (Os efeitos do TDAH no seu casamento – entenda e reconstrua a sua relação consjugal em seis passos). O livro aborda os efeitos do transtorno na vida de um casal, uma vez que a relação com um portador normalmente significa uma sobrecarga muito grande para o outro, normalmente a mulher (80% dos portadores são homens). Se o leitor se vê aqui, acenda uma vela pra sua santa...

O diagnóstico do TDAH se dá através de sintomas clínicos e o tratamento combina medicamentos e terapia. Mas o primeiro passo é, uma vez identificados sinais, buscar a ajuda de um profissional que possa ajudar a diminuir o sofrimento – ou existe alguma dúvida de que a pessoa portadora de TDAH não passe 24 horas por dia sofrendo? 

2 comentários:

  1. Dani,

    Dá uma olhada: "...conhecer o TDAH E seus desdobramentos...", sem acento.

    1 abç, Alex.

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  2. Gostei do alerta dessa patologia. O TDAH não é tão simples como muitos pensam ou uma invenção da indústria farmacêutica. Esse transtorno pode acabar com um casamento, com amizades(isso na fase adulta) fazer pessoas brilhantes perderem empregos pela desorganização, distração(falta de concentração no não interessa), impulsividade, irritabilidade e impaciência. Bom, o TDAH existe e é muito bom que a população conheça esse transtorno e procure profissionais que também sibam tratar e não tenham preconceitos porque, infelizmente, ainda existem psiquiatras que não tratam e não sabem diagnosticar. E, pior, não acreditam.

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