
Na volta pra Porto Alegre, não se ouvia uma mosca além do barulho do vento a bordo daquele fusca torto e com a porta amarrada por arame. Era aquele gosto amargo, a horrível sensação de derrota. Pensava: “Ok, vou pagar essa merda com a grana que guardei, mas...o que vou dizer pro meu pai?” Cheguei em casa, momento de dar a notícia, que foi dada sem rodeios, firme, de forma respeitosa. Meu pai ouviu atento, pensou e cortou o silêncio: “Filho, tu tens grana suficiente pra pagar isso?”. Fiz que “sim” com a cabeça. “Então filhão, agora tu entendes melhor do que ninguém o preço e o risco de pegar carro emprestado sejam quais sejam as circunstâncias, né?” Fiz outro “sim” com a cabeça, morto de vergonha. “Beleza, então levanta essa cabeça e vai em frente que acidentes acontecem e que bom que vocês estão bem, se precisar de alguma ajuda me fala.” Dito isso, foi cuidar dos discos dele, tranquilo e sereno. E eu, passei 4 meses pagando o conserto. E também fui fazer 40 aulas de auto-escola, porque o susto foi realmente grande (também nunca mais vi o tal “amigo”).
Bom, e sobre o que o Dia dos Pais me lembra? Valores. A história acima foi sobre como aprendi mais uma lição sobre valores. Eles são a base de um caráter e de uma atitude, algo que só um pai pode dar. Se tudo começasse pelos valores, a conversa sobre integridade, honestidade, cidadania e tudo o mais acabaria por aí. É o que salva uma sociedade inteira. Obrigado Pai.
Dani,
ResponderExcluirCorrija: Dia dos PaIs no primeiro parágrafo, o segundo tU que teu pai te disse e conSerto, neste caso com "S".
Uma dúvida minha: "torno" é uma expressão sulista ou vc queria dizer algo diferente em "...daquele fusca torno...".
1 abç, Alex.