terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sustentabilidade e as Sacolas Retornáveis - De quem é o macaco?

Sou a favor da Sustentabilidade. Mas também sou a favor da transparência e não do oportunismo. A partir de 30 de agosto de 2010, os supermercados deixam de fazer circular as tais sacolas plásticas por uma questão de "consciência ambiental”, para desafogar o planeta, um esforço para pararmos de emporcalhar os bueiros e, com isso, evitar enchentes, etc. A exemplo do que tem sido feito pela rede Wallmart, com a campanha “Saco é um Saco”, os supermercados vão oferecer uma sacola retornável que tem que ser paga por nós. Engraçado que o estímulo “non stop” ao consumo não entra nessa conta na hora de cobrar do próprio consumidor o preço da sacolinha retornável. Consciência Ambiental e Sustentabilidade significam cuidar também para não aumentar o custo por pessoa. Onde está a inteligência em passar o "macaco" pro bolso do consumidor? A geração Flower Power já usava sacola ecológica e eram vistos como excêntricos, doidões – o que não existia nos anos 60 e 70 era o consumo nas proporções atuais. Um monte de gente levando cada vez mais coisas pra dentro de casa certamente não passou despercebido (que logística interessante, mais uma alternativa de faturar algum!). O ato de levar compras pra casa está virando mais um item no mix de marketing do varejo.
“Beba isso, leve aquilo, lave sua roupa com aquele outro, escove os dentes com essa pasta e compre as nossas sacolinhas ecológicas para levar tudo pra casa e ser um cidadão sustentável”.
Quantas sacolinhas retornáveis uma família vai precisar pra encher a despensa por um mês? Se a idéia é mudar uma cultura, que cada um arque com sua parte nos custos – as prefeituras podem fazer uma parceria, uma espécie de “EcoPAC” com supermercados e produtores de sacolas plásticas para que as tais sacolinhas sejam oferecidas gratuitamente ao consumidor. Mas consciência ambiental com o seu e o meu dinheiro...me poupe. 

2 comentários:

  1. Aí é que está o grande erro dos propolsores da sustentabilidade, Daniel... Alguns estados, não sei se já são todos, obrigam os supermercados a utilizar sacolas biodegradáveis, que degeneram mais rápido. Se fosse proibido o uso dessas sacolas ocorreria um problema em escala: mais pessoas utiizariam caixas de papelão, o que diminuiria a quantidade que os supermercados já vendem para empresas de reciclagem. Com isso, as prefeituras teriam que fazer coleta seletiva dessas caixas, que iriam para a casa dos consumidores. Você acha que elas absorveriam isso com a mesma eficiência que as empresas de coletas diretamente nos supermercados? Não.

    Em segundo lugar se os supermercados pararem de fornecer sacolas biodegradáveis, cada cliente terá que comprar sacos de lixo para acondicionar seus restos, sacos plásticos muito mais agressivos ao meio ambiente do que as sacolas biodegradáveis fornecidas gratuitamente e que muitos (inclusive eu) utilizam nas lixeiras da casa.

    Em terceiro lugar, estamos em 2010, era da velocidade e da praticidade. Conhece quantos consumidores que pararam de comprar refrigerante Pet e voltaram a utilizar as garrafas de vidro retornável? O mesmo se aplica às sacolas retornáveis... ninguém vai usa isso!!

    Infelizmente a tecnologia é contra o meio ambiente. Quanto mais um se desenvolve, mais o outro se degrada. É uma decisão a ser tomada, e já sabemos a resposta. Resta desenvolver novas tecnologias para minimizar o prejuízo ambiental.

    Escrevi sobre sacolas ecológicas uma vez, te convido para a leitura: http://nanoberger.blogspot.com/2009/06/transformando-sacolas-ecologicas.html

    Grande abraço!
    Adriano Berger

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  2. Dani,

    O termo correto é "noN stop".

    1 abç, Alex.

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