Rafael Alarcon |
O Squash é um esporte novo ainda no Brasil, pra se ter uma idéia, a Confederação Brasileira de Squash surgiu em 1985. E como tudo o que é novo, precisa de organização e tempo pra se popularizar. Mas o Squash brasileiro já tem seu ídolo: Rafael Alarcon, 33 anos, paulista, o número 1 do Brasil e o mais bem posicionado brasileiro no ranking mundial da PSA (Professional Squash Association) - 38º lugar. No dia 14 de agosto, durante o “Torneio 10 anos – Salles Tênis e Squash” na Academia Squash Jundiaí (SP), tive a oportunidade de um papo com Rafael sobre o momento do esporte no Brasil. Além de ser o melhor na sua profissão, Rafael tem uma qualidade importantíssima para um atleta de projeção: é extremamente gentil com seu público, pessoas de todas as idades, apaixonadas pelo Squash e que acompanham suas vitórias mundo a fora. Veja os trechos mais importantes dessa conversa:
"SeES!" - O que falta pra que o Squash se torne um esporte olímpico?
Rafael - Vejo que é questão de tempo para que o Squash ganhe o espaço que merece. O Squash precisa competir com a pressão política de entidades esportivas que defendem o interesse de outras modalidades, como por exemplo, o Rugby de 7, uma modalidade que em tese não existia, existe sim o rugby convencional. O golf, por exemplo é pequeno no Brasil, mas existe uma estrutura de interesse fazendo com que tenha visibilidade, inclusive com canal de TV próprio influenciando. Só que hoje quem tem tempo e dinheiro pra se dedicar ao Golf? Squash é rápido, dinâmico, a pontuação é rápida. Hoje mesmo, tive uma entrevista de meia hora ao vivo na Band Esporte, no programa Magazine. As duas semi finais do torneio de Kuala Lumpur foram televisionadas, o que já é um grande avanço. Vejo muitas quadras de tênis sendo desapropriadas Brasil afora pra dar lugar a quadras de Squash. Podemos ver o esporte sendo mostrado no comercial da Chevrolet também, isso é bastante novo.
Rafael - Pessoalmente é motivo de orgulho, pelo amor ao Squash, mas como brasileiro, representa pouco, pois não há incentivo. Os órgãos governamentais que lidam com esportes não demonstram interesse em olhar pro Squash e, por não haver subsídio, os patrocínios não são fáceis. Para jogar fora do país tudo é um desafio e tanto, passagens são caras, a estrutura envolvida é bastante cara, é um esforço muito grande. E o reconhecimento também é raro, pois você ganha um torneio muito importante, mas no próprio país pessoas-chave das entidades responsáveis pelo esporte nem te ligam pra parabenizar, demonstrar algum respeito, essas coisas. Mas eu faço a minha parte. Vejo o quanto sou respeitado lá fora pelo que faço, quando indico pessoas mundo afora, por exemplo, as pessoas encontram portas abertas e isso me orgulha muito, é fruto de muito trabalho.
"SeES!" - Qual o jogo dos sonhos ou o sonho que você gostaria de realizar no squash?
Rafael - Cada dia no nosso esporte é um jogo diferente, ou seja, uma história diferente...Acredito que o jogo dos sonhos será aquele que no dia ou nos minutos precedentes ao mesmo será o ultimo da carreira profissional...
"SeES!" - Em média, quantos dias por ano você viaja a serviço do Squash?
Rafael - Tirando os domingos, quando não estou nas finais de um campeonato, todo dia é uma viagem, saio de casa para ir treinar ou competir sempre focado no Squash, minha vida vem sendo dedicada a essa paixão há muitos anos e até hoje nada me abalou...claro que temos altos e baixos, mas isso é coisa da vida mesmo...
Falou o número 1 do Squash brasileiro, Rafael Alarcon, um Gladiador por excelência. Que continue servindo de exemplo para o futuro desse esporte no Brasil e no Mundo. Saúde, Rafael!
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