Os três porquinhos da eleição e os lobos maus, na floresta das fábulas
Na floresta os três porquinhos, com medo dos pedintes de período de eleição, se armam com acenos extemporâneos e projetos esquizofrênicos, longe da realidade nacional, como os três porquinhos da fábula infantil estão hoje longe da realidade das nossas crianças. Os lobos maus das Santas Casas da Floresta convidam um dos porquinhos para sua convenção e este, acuado, promete prioridade para as Santas Casas da Floresta. Não vai cumprir, mas prometeu, negócio de ocasião. Outros lobos maus da mortalidade infantil convidam outro porquinho para sua reunião. Este, pressionado, assina documento com o qual se compromete a reduzir a mortalidade infantil. Só cumprirá, independentemente da assinatura, que de nada vale, se enterrar dinheiro em esgoto sanitário, se investir bravamente em tratamento de água, se colocar muito, mas muito dinheiro em saúde básica e atenção às famílias e, por fim, se investir em educação, mas já avisou que sem CPMF (aquele mesmo achaque aos nossos bolsos que o PT condenava no tempo de FHC) não haverá dinheiro para a saúde. Outros lobos maus da ecologia convidam o último dos porquinhos para uma visita a uma comunidade à beira de uma represa, na floresta da fábula. Este porquinho promete que vai resolver isto tudo, a ocupação ilegal, a moradia decente e a proteção à nascente, tudo como prioridade. Não vai cumprir. Todos eles falam da copa de 2014 e do TAV (trem de alta velocidade), dizem que a população merece este presente. Qual população, porquinhos? Aqueles menos de 0, 001% da população que utilizará o trem, enquanto os restantes se dependuram em veículos de transporte coletivo com uma das menores velocidades média do mundo? Faltam os tijolos das construções verdadeiras, sobram os sapés da fragilidade dos programas de governo e nos lufa a baforada da mesmice. Nada de sério se prometeu, nada de bom para o povo se prometeu. Nenhum porquinho falou em programa educacional, nem o que se diz prático. Nenhum falou em reforma tributária (pagamos mais do que 45% dos nossos ganhos em impostos – quanto mais pobres, mais pagamos) para dar aos brasileiros menos impostos, mais serviços (saúde, educação, segurança), nem aquele que se diz experiente sem jamais ter sido. Ninguém falou em reforma política, que acabaria ou reduziria muito o fisiologismo partidário e a corrupção corporativamente incentivada e defendida nos conselhos de ética, nem aquele que saiu do partido dos porquinhos trabalhadores por conta da corrupção. Todos eles, entretanto, todos os três porquinhos, são estatizantes por formação política, todos eles aumentarão impostos, todos eles conviverão com um déficit na balança de pagamentos com graves consequências para a população (causado pelos porquinhos trabalhadores) e, incrivelmente, nenhum porquinho diz isto. Qual o impacto para a população? Juros aumentados, empregos menores, menos investimentos e a mesma esquizofrenia política que temos atualmente. A nós, o povo, que não somos verdes, guerrilheiros ou economistas de esquerda, o tradicional que se danem, eu quero é ser eleito o rei da porcaria. (Lourival Stange)
Nenhum comentário:
Postar um comentário