Simonal era negro, rico, muito famoso e petulante (não necessariamente nesta mesma ordem). Ok, nenhuma destas peculiares características credencia um mito da música ao ostracismo cultural dentro de seu próprio país por 30, 40 anos a fio. Ele morreu de desgosto. Se meteu numa confusão da qual hoje a história o redime (se eu contar, estrago a espectativa sobre o livro) - mas não conseguiu limpar seu nome em vida e subir um degrau sequer no pódio da história da MPB. Somente nos últimos 2 anos seus filhos Max de Castro e Wison Simoninha conseguiram realizar o desejo do pai (morto de cirrose em 2000): ver relançado seu catálogo de discos em versão remasterizada, com direito a um DVD (Ninguém Sabe o Duro Que Eu Dei – direção do Casseta Cláudio Manuel) luxuosíssimo, contando a movimentada vida de Wilson Simonal do sucesso ao quase anonimato em 10 anos.
O Livro "Nem Vem Que Nâo Tem - A Vida e o Veneno de Wilson Simonal "é o DVD em ricos detalhes. Simonal influenciou e influencia muita gente boa até hoje. Era considerado o Frank Sinatra brasileiro, rei do balanço, chegou a rivalizar com Roberto Carlos (mas enfim só poderia existir um rei no Reino de Avilan). Junto com Jorge Bem e Tim Maia, por exemplo, revolucionou a música com seu estilo “Show Man” gaiato e pretensioso. Naquela época, “o must” da TV e do "showbiz" no Brasil eram os programas de auditório e os festivais, além das apresentações em boates. Super shows em estádios ou ginásios não eram comuns como hoje. Ele traçava tudo – tinha o público na mão, como na famosa apresentação do Maracanazinho, abrindo (e literalmente engolindo) o show do estelar Sérgio Mendes, - “regeu” um côro de 30 mil vozes cantando “Sá Marina (Antônio Adolfo / Tibério Gaspar)” na base do “Agora só os 15 mil da direita! Agora só os 15 mil da direita!”. Não houve outro como Simonal. As gerações atuais já estão vendo isso e as do futuro verão ainda mais a falta que ele faz. Para comprar o livro: Saraiva bookstore
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