sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Capo Arruda e Honoré de Balzac

Perdoem se estou sendo repetitivo trazendo um tema "lugar comum", mas isso me aguçou. Foleava com desdém o jornal diário sobre os desdobramentos da prisão dum Capo, o Arruda. Um Governador flagrado por uma câmera de celular recebendo maços de dinheiro não é algo exatamente novo no Reino de Avilan. Só que uma coisa é saber dos fatos, outra coisa é assistir ao vivo e em cores, como se estivéssemos vendo o CSI Miami. Só que, diferente do seriado, não tem os efeitos de cena, cortes de mesa, luzes e os diálogos não são ensaiados. Ao vivo parece mais frio, corriqueiro, mais banal...e mais torpe. É um frio na espinha parecido com quando você assiste calado pelo sistema de segurança um ladrão pilhando sua casa enquando você está viajando. A sacanagem tem cor, forma e andamento na tela. Me lembra um pensamento de Honoré de Balzac (1799/1850):
"Não existem principios, apenas fatos. Não existe o bem e o mal, apenas ciscustâncias. O homem superior apóia fatos e circunstâncias a fim de guiá-los. Se houvesse princípios e leis fixas, as nações não as mudariam como mudamos de camisa. E não se pode esperar de um homem que ele seja mais sábio que uma nação inteira."
Impressionante - Balzac poderia ter escrito isso ontem. Só que ele escreveu isso lá por 1830. Ok, de lá pra cá, muito pouca coisa tem mudado - é sempre desejar aquilo que não nos pertence (e usar o prestígio para obté-lo), ou seja, o homem e sua circustância justifica tudo. Saúde à Balzac.
fonte: Wikipédia, a Enciclopédia Livre e Folha Online

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