Participando de uma reunião, pensei em buscar votos de consenso. Em latim, consenso quer dizer “junção de sentidos”. Não deu certo. Apareceu um que não concordava, outro em cima do muro e veementemente foi-se elevando o tom da prosa - voltamos ao ponto de partida, natural. Mudei a tática e partí para tentar a unanimidade. Também não rolou – eu mesmo discordei de mim e de mais uns dois presentes que também não concordavam entre sí. Só concordávamos numa coisa: a unanimidade é burra – podemos mudar de idéia dez vezes em menos de 30 minutos, que mal há nisso? E se todo mundo concordar, mesmo que contrariados, só pelo efeito de “não ser do contra”, perde-se a riqueza e a franqueza da discussão. E até porque, segundo Max Gehringer lembra bem, na palavra “unânime” o “anime” (latim) quer dizer ALMA. A criatura pode até concordar, mas se não for de dentro pra fora, dirá uma coisa e provavelmente fará outra.
Já ví muita coisa sobre como ter discussões produtivas (e improdutivas) em grupo. E percebo que o que está em jogo mesmo é o valor da intenção (em latim, intentio –onis, quer dizer “ação de estender o esforço”). Interessante perceber que, embora normalmente se pense o contrário, a intenção, em seu significado, não vem separada da AÇÃO. Então, quando participar de uma reunião, deixe bem declaradas suas intenções (e que estejam firmemente alinhadas com os valores dos demais envolvidos), afinal como diz o velho e sábio ditado: podemos errar na ação, mas nunca na intenção.
Partindo dessa premissa, pra que ter consenso ou unanimidade?? Basta uma boa agenda de intenções e a eterna busca por respeitar os horários. Saúde nas reuniões!
Clássicos do Mundo Corporativo – Max Gehringer (Ed. Globo - 2008)
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