terça-feira, 29 de março de 2011

SENNA - angustiante e obscuro

Sentei pra ver o filme do Ayrton Senna, lançado em 2010 (SENNA - 2010). Na capa do DVD se lê “emocionante sem ser ufanista”. Após ver o filme, achei “pesado, angustiante e sem necessariamente mostrar a que veio”.  Devo ter compreendido mal a intenção do filme, porque fora as cenas inéditas (e excelentes), o restante foi extremamente explorado na imprensa leiga ao longo dos anos de "luto" pós Ayrton. Sobrou um gosto amargo, a exposição de um “mito” como um profissional obcecado e cheio de conflitos. Um impecável perfeccionista que talvez não tenha enxergado o senso de limite no momento certo. Esperto foi Alain Prost, também habilidoso, mas mais político, com movimentos calculados e com muito amor à vida. Não que o Senna não o tivesse, mas fica claro que a "crença em Deus como seu fiel depositário" escondia, no fundo, a inconsequência. Papai do Céu pode até fiscalizar, mas não joga. Todo mundo tem livre arbítrio, minha opinião. 
SENNA - merecia uma superprodução, não mais um documentário
Eu esperava um filme biográfico com atores nos papéis, corridas emocionantes. Acho que pra um cara como Ayrton Senna, filme-luto não faz mais sentido, secou o chôro.  Ayrton merece um filme como “O Aviador” (sobre Howard Hughes), uma superprodução romanceada onde os conflitos humanos sejam coadjuvantes da saga visionária. Muita corrida, mulheres bonitas, brigas de egos e o grand finale. Chega de documentários sérios e sombrios, chega de catarses. Um mito nacional se renova pelo vigor das suas realizações e não pela sua eterna angústia mal explicada – é humano demais.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário