terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Nycomed planeja aporte no Brasil de US$ 300 milhões

Investimento nos próximos cinco anos deverá ser em aquisições de marcas e licenciamento. Para Luiz Eduardo Violland, presidente da Nycomed no Brasil, o potencial de expansão do mercado brasileiro é grande.
A companhia dinamarquesa Nycomed pretende investir cerca de US$ 300 milhões para promover a expansão de seus negócios no Brasil. Violland afirmou ao Valor que o crescimento da empresa será por meio de aquisições e licenciamento de medicamentos de marca, sobretudo.
"A empresa elegeu o Brasil para fazer seus investimentos. Também vamos crescer organicamente com nosso atual portfólio e por meio de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos", afirmou Violland. Os aportes deverão ser feitos nos próximos cinco anos, a partir de 2010. A última aquisição relevante de marca do grupo no país foi em 2003, com a compra da Neosaldina, que pertencia ao laboratório Abbott, por cerca de US$ 33 milhões. "Triplicamos as vendas do Neolsaldina nos últimos cinco anos", disse o executivo. Esse medicamento é exportado para a Colômbia e Argentina.
A escolha do Brasil como nova plataforma de expansão da farmacêutica reflete o potencial do mercado nacional com o aumento de renda da população e o maior acesso aos medicamentos. Violland se respalda também nos dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), que projeta um crescimento desse setor no Brasil de 9% até 2013. "Pretendemos fazer um investimento no país 10 vezes maior que a nossa última aquisição [de US$ 33 milhões]", afirmou Violland. O mercado de medicamentos genéricos para o grupo ainda não é prioridade, mas a empresa não descarta totalmente esse segmento. Segundo Violland, a aquisição nessa área só ocorrerá se houver uma boa oportunidade. "A expansão do grupo se dá por meio de alianças e licenciamentos", justificou.
O laboratório aguarda aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a liberação do remédio Roflumilast, que deverá ser aprovado nos próximos dois anos, informou Giles Platford, vice-presidente executivo de operações comerciais da empresa no país. O medicamento é indicado para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Platford não acredita que a resolução nº 44 da Anvisa, que restringe a venda de medicamentos pelo canal OTC (Over the Counter, depois do balcão em inglês) e que entra em vigor a partir do início de 2010, vá afetar o desempenho das vendas do grupo. "Estamos preparados [para atender à resolução]." O canal OTC responde por um dos principais meios de venda do grupo no país. A marca Neosaldina pode ser vendida sem prescrição médica.
As vendas de remédios hospitalares também tornaram-se uma boa aposta da companhia. A empresa tem como foco medicamentos para problemas respiratórios e gastrointestinal. O grupo dinamarquês, com sede na Suíça, é um dos maiores do setor fármaco controlados por fundos de private equity. Em 2008, a companhia registrou faturamento líquido de ¿ 3,4 bilhões. A empresa está entre as 30 maiores do mundo e é a 15ª no mercado global OTC. No Brasil, a companhia tem uma fábrica na cidade paulista de Jaguariúna. Ainda não há planos da empresa para ampliar ou mesmo construir nova unidade no país. No mundo, a empresa tem 19 fábricas.
Além do Brasil, o grupo também está fazendo suas apostas em outros países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). A Rússia deverá receber investimentos para a construção de uma nova fábrica.
(fonte: Valor Econômico 26/11/2009)

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