Em tempos de Lei Seca no Brasil, não mudar a forma de se relacionar com bebidas alcoólicas simplesmente não é mais aceitável. A quem um ser humano que vai a uma festa, “enche o latão” e depois sai dirigindo pra casa quer enganar? Alimento e estimulo a esperança que o álcool no Brasil (e, com toda a força do pensamento, quem sabe no mundo) encontre a mesma derrocada que hoje ronda o fumo. E nesse particular não adianta aliviar a mão. Quem bebe e fuma demais não tem controle sobre o próprio senso – não dá pra culpar o doente, mas há que cortar-lhe o suprimento, lentamente. Ainda que esse suprimento venha em forma de garrote social, se é que me entendem. Mas sou otimista e digo isso sem medo de ser feliz – o mundo melhora devagar, mas melhora sempre. O mote da “cerveja sem álcool” não me parece totalmente verdadeiro e já falamos disso por aqui. Com o perdão da palavra, mas uma lei que diz que uma bebida com até 0,5% de álcool é considerada “sem álcool”, é uma lei cretina e de caráter, no mínimo, duvidoso. Não quero se repetitivo, veja esse link (aqui). Mas antes um "quase sem nenhum álcool" do que simplesmente não ter alternativa à altura.
Só que surge agora um novo artifício – o uísque sem álcool (sem álcool mesmo, segundo o fabricante). A americana Arkay Beverages garante ser “o primeiro uísque sem álcool do mundo. E, pra se defender das possíveis alusões tipo “uísque de araque”, adianta que o produto atende a todos os padrões de qualidade exigidos nos EUA e Europa. E é barato – cerca de 10 dólares a garrafa de um litro, comprada via web. Com ou sem reclamação, está fazendo sucesso. O site da empresa recomenda pra religiosos, grávidas e ex alcoólatras. No caso do alcoolismo, existem opiniões (e estudos) afirmando que bebidas sem álcool seriam facilitadores para ex alcoólatras retornarem ao vício. Não sou médico, não sei. Mas, vendo por outro prisma, se deixar o vicio significa passar por um momento de auto-engano usando uma destas bebidas, que assim seja...
fontess: arkay beverages website e revista istoé
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