“Simples Desejo” – quando ouvi pela primeira vez achei a música singela demais. Era simples, como o título. Letra do Jairzinho Oliveira, um instrumental super requintado, uma voz muito melodiosa e versátil. Foi como eu conheci Luciana Mello. Quando me dei conta, botava no CD do carro quando ia ou pro escritório ou pro aeroporto, todos os dias – eram dias onde eu só precisava que o dia terminasse bem. “Hoje eu só quero que o dia termine bem” virou meu mantra nas remotas manhãs em Belo Horizonte. Estou falando de 2002 ou 2003, mais ou menos. A música já tinha dois anos de sucesso, mas eu andava meio alienado. Vendo uma performance dela com “É assim que se faz” num desses “Faustões” da vida, com dança e corpo de baile, a coisa não fechava. Luciana Mello era maior que aquilo. Aquele público não entendia o valor daquela música e não por culpa do público. É mais fácil gostar de Luan Santana do que de Luciana Mello (nada contra o Luan, mas é verdade). Não por coincidência, as aparições dela em programas de auditório foram se tornando raras.

Passado um tempo, Luciana Mello se tornou a imagem daquilo que dá orgulho no Brasil. Arte honesta, consistente, música popular moderna e de raiz – atemporal, como Jair Rodrigues (tem a quem puxar). E só tem 32 anos. Uma voz sofisticada e acessível, jamais vai ser POP, porque não é pra ser, mas quem se der ao direito de conhecer Luciana, é um caminho sem volta. Se dê a esse Simples Desejo.
Com o novo sucesso Tchau, que nem "Simples Desejo" ela fez aquilo de novo...tá no CD do carro. Veja o video.
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