
Achei que fazer rabanadas pro Natal era difícil. É e não é. Neste Natal, fui aprendiz da minha avó na beira do fogão e cheguei confiante. Mas tem uma lei universal que não tem como contrariar – o valor da mão de quem faz e a exata dimensão dos tempos em cada etapa. Logo vi que aquilo não era pra iniciantes. Experimente deixar o pão no leite alguns segundos a mais do que o aceitável e pronto, o pão se desmancha e essa fatia já não serve mais. Experimente deixar o pão menos tempo na fritura – doura por fora mas fica cru por dentro. E se deixar um pouco a mais, doura por dentro e queima por fora. Muito óleo na panela, o colesterol que se cuide. Pouco óleo, a rabanada ficar crua também. O negócio é tão simples que não tem como esconder a incompetência - ou sabe fazer ou não sabe, é mesmo pra profissional.
A rabanada é um prato português, tradicionalmente servido no Natal, acompanhado de um bom vinho. Aliás, pode ser também feita no vinho ao invés do leite, mas essa eu vou tentar quando me graduar. Prometi pra minha avó que ia ajudar pra não quebrar a tradição da família. Minha avó ostenta seus 85 anos frente a um fogão como ninguém. Mas já nessa altura da vida, o risco de encarar óleo fervendo não vale a ousadia quando se tem netos pra meter a mão. Missão dada, missão cumprida e o módulo avançado (rabanadas ao vinho e ao chocolate) é o próximo passo.
Feliz Natal a todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário