terça-feira, 30 de novembro de 2010

Low cost, low fare, low respect!

Pense rápido: fila em aeroporto, mas não a de embarque. Se fosse só esta, não seria de todo ruim – se tem fila é porque vai ter embarque – então, sorria. Mas a fila do tal do “check in”, essa é perversa. Você está lá esperando, sofrendo, mas nada garante que você vai embarcar. Desde que voar perdeu a graça e a elegância, o tal do low cost-low fare jogou no ralo o nível de serviço. Não, serviço não – o respeito. Bizarro mesmo é ter gente achando que a tal de Ryanair é o bicho, poque atira passagens a 6 euros como quem atira milho pra pombo. E quer carregar gente em pé e cobrar pelo banheiro - me poupe.
Meu cunhado comprou um terreno. Um dia, descobriu que o mesmo terreno tinha sido vendido a ele e a outra pessoa ao mesmo tempo. Qual a diferença disso pra um “overbooking”?  É desrespeitar a Física? Não. É abuso, é crime. Ok, aquele hábito antigo de bloquear duas reservas pra ver qual se confirmava primeiro acabou estimulando essa deformação - em parte, culpa nossa, mas isso é passado. Hoje, com tudo integrado via web, não tem mais choro nem vela. Fato novo: Dona TAM vai ter que repensar atitude. A ANAC (Agência nacional de Aviação Civil) cortou a cabeça e mostrou em sinal de aviso. Atrasou ou cortou vôo, castigo. Clima, estrutura de aeroportos, tudo isso é sempre a justificativa, mas a cultura de que “no final das contas quem fica no chão é o cliente”, essa tem que parar. “O órgão mais sensível do homem é o bolso” – nada de novo aqui. Sem poder vender passagem até 03 de dezembro, a TAM lidera a queda das ações na BOVESPA. E hoje comunica que os vôos estão rigorosamente normalizados - precisava isso? 
Discordo com aquele "speech" debochado que sempre vêm logo após o pouso “sabemos que a escolha da companhia é uma opção do cliente” – mentira. Ainda é “falta de opção”. Mas a atitude da ANAC me encheu de esperança quanto ao final do ano. Passageiro no chão, esperança no ar. Ao menos isso.

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