terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cigarros com sabor - não é sorvete II

(Caso queira ler "Cigarro com sabor - não é sorvete I", clique aqui)
Que o meio facilite as coisas quando o assunto é a iniciação ao hábito de fumar? Não acredito, simplista demais. Meus pais fumaram por mais de dez anos e nem eu nem minha irmã pitamos, pelo contrário. No meu caso, não foi por falta de tentativa, coisa de aquariano. Flertei e neguei o fumo três vezes (um dia eu conto). Concluí que nem com boa vontade o negócio ia. 
Mas sem pensar muito, posso enumerar, no mínimo, cinco pessoas próximas, filhos e filhas de fumantes inveterados que passam longe do tabaco. E o avesso do avesso, também: gente que nunca fumou tem que aguentar filhos-chaminés - ser o homem fruto do meio não chega pra responder à todas as mazelas e isso também não é novidade. 
Não faz o menor sentido atribuir a todos os vícios, distúrbios de conduta, perversões, transgressões e demais "ões" a pura e simples influência do meio (eu disse "a pura e simples"). Não faço aqui nenhum juízo de valor nem coloco tudo num mesmo saco, não seria justo - cada neurose em seu quadrado. Já disse aqui e repito que respeito os níveis de stress e dificuldade pelas quais um fumante tem que passar pra enfrentar de frente seu vício. Mas como admitir a "culpa" do meio se vivemos em vários "meios" e que são produto do que construímos também? Meio confuso, mas é isso. E não me peça um cigarro.

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