sábado, 14 de maio de 2011

Cigarros com sabor - não é sorvete

Cigarros com sabor facilitam o engajamento de novos fumantes? Apesar dessa pergunta ainda não ter uma resposta elaborada, o lançamento de novas marcas de cigarros com sabor dobrou entre os anos de 2007 e 2010. A iniciação da garotada no hábito de fumar vem do meio onde vivem (amigos) e de hábitos familiares – isso é o que os grandes fabricantes de cigarros dizem. E defendem também que não existem estudos que co-relacionem as variáveis iniciação ao fumo, ingredientes do cigarro e risco à saúde. Qualquer aprendiz de bom marketeiro sabe que uma parte importante da estratégia de um produto é o posicionamento de mercado, com o objetivo de aumentar o mercado para o produto e criar novos consumidores. Cigarros não fogem à regra, só que Canadá e Estados Unidos já baniram os saborizados das prateleiras e a ANVISA quer fazer a mesma coisa no Brasil. Pra isso, desenvolve um estudo que permita provar que esse tipo de produto incentiva a iniciação precoce ao hábito de fumar. Mas não que esse tema já não tenha sido pesquisado antes, apesar do que dizem os fabricantes: O INCA (Instituto Nacional do Câncer) em parceria com o Instituto John Hopkins, elaborou estudo entre 2002 e 2005 onde comprova que 44% dos estudantes brasileiros entre 13 e 15 anos que fumam regularmente preferem os aromatizados. O toxicologista André Luiz da Silva, da Anvisa, é taxativo. Segundo ele, os sabores facilitam a dependência porque mascaram gosto e cheiro do cigarro. A menta, por exemplo, tem poder anestésico, amenizando a irritação na garganta. O chocolate é um broncodilatador, o que faz aumentar a absorção da nicotina pelo organismo. 
Cigarros com sabor
No Brasil, número de marcas dobrou em 3 anos
E é natural que as reações contrárias venham na forma de lobby. Em março, o governo brasileiro lançou uma consulta pública sobre o tema. Vieram mais de 180 mil “respostas com sugestões” das quais 165 mil de uma mesma região do Brasil, o Rio Grande do Sul. O Sul é o maior pólo produtor de fumo no país. Ter que ler toda a papelada atrasou o fim do debate,  mas não vai impedir uma posição definitiva da ANVISA ainda em 2011.
Cigarro com sabor é coisa “do arco da velha” e todo mundo tem livre arbítrio. Mas não estamos falando de um novo sabor de sorvete. Nada impede que se possa dificultar cada vez mais o acesso ao vício, cortando na base. E no seu país qual é a realidade dos fatos? Como a lei opera nesses casos em Portugal, Espanha, França (por exemplo), países com muitos fumantes? Coloque aqui seu comentário.
fonte: INCA wesite & Revista Istoé 

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