quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A "anti-auto-ajuda"

No Aurélio, sobre AUTO-AJUDA: “Método de aprimoramento pessoal em que o indivíduo pretende buscar, sem ajuda de outrem, soluções para problemas emocionais, superação de dificuldades, etc.”
As pessoas me perguntam se sou contra mensagens de auto-ajuda, sejam elas livros, palestras, CDs, o que seja. É leviano responder “sim” ou “não” - a objetividade atrapalha um pouco, principalmente nesse tema. Penso que uma mensagem dita de “auto-ajuda” só pode ser produtiva se a pessoa que a recebe puder fazer algum paralelo, algum rapport fidedigno e imediato com a realidade em que vive. Se alguém me disser onde pode haver um rapport imediato na frase “Seja feliz agora”, me perdoem, pois sou eu o único pateta eternamente triste no meio de um zilhão de pessoas “felizes já”. Atividades de auto ajuda tipo “você só não é feliz porque não quer, levante e ande” provocam um estado de euforia que se confunde com bem estar e é capaz de esconder da própria pessoa a angústia por dias melhores.
O que há com essa menina??
Ninguém merece...
Um filme de 2002, chamado “De porta em porta”, conta a história de um cara portador de paralisia cerebral que se tornou um vendedor talentoso. É baseado em fatos bem reais, o que já ganha pontos como mensagem – todo mundo tem uma “paralisia cerebral” que tenta por embaixo do tapete, ao invés de apostar em alternativas. Como já disse antes, nosso dia a dia segue um curso sem trama pronta. As incertezas não seguem roteiro e o aprendizado é justamente a capacidade de agirmos e reagirmos às perspectivas cruzadas. Nesse movimento constante, o erro e o acerto correspondem a cada uma das pernas de um mesmo corpo e dão o equilíbrio à caminhada. Coisa linda de se dizer, mas essa talvez seja a maior das paralisias.
Vale olhar de novo o post sobre Schopenhauer – ele ficaria rico se fosse um palestrante nos dias de hoje. A antítese, o tratamento de choque a auto-ajuda “anti-auto-ajuda”

2 comentários:

  1. Então esse tal "rapport" é a versão moderna do "link"?

    1 abç, Alex.

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  2. Dani, o que vc acha de inserir a pronúncia quando vc citar uma palavra estrangeitra pouco conhecida?

    Algo do tipo "nephew" (leia néfil).

    1 abç, Alex.

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