domingo, 19 de dezembro de 2010

Karaokê (em português, algo como “orquestra vazia”)

Daisuke Inoue pôs o mundo pra cantar

Por um único momento, de microfone na mão, todo mundo é Sinatra, Madonna, Frank Aguiar. Microfones tem poderes, faz de um ninguém rapidamente o centro das atenções.  É também a arte da camaradagem, literalmente. Não precisa cantar bem pra te aplaudirem – quem tem amigo nunca desafina e pra pontuar alto, é só não sair da trilha. Não se sabe ao certo o porque (na web, não encontrei nada sobre isso), mas é consenso que “gritar” a música ajuda na pontuação.
Daisuke Inoue, inventor e negociante de Osaka (Japão) começou tudo nos anos 70. Queria criar um jeito de as pessoas cantarem sem a necessidade de um conjunto ao vivo. Resolveu gravar umas fitas e alugar para bares. Não patenteou, por isso não ganhou quase nada com a explosão do karaokê pelo mundo a partir dos anos 80, mas virou referência no assunto e por isso, fatura com a fama como pode - inventou até um inseticida “mata baratas” para equipamentos de karaokê – no Japão, diferente do que acontece no Brasil  (onde o karaokê é cantado em festa de família) o pessoal canta em bares, nos happy hours. Pra ter um inseticida pra karaokê, imagino como devem ser alguns desses bares. Inoue ganhou um prêmio em 2004, o “Ig Noble Prize” (algo como “Prêmio pouco nobre”), uma gozação séria sobre o Prêmio Nobel, que acontece todo outubro na Universidade de Harvard (USA). Segundo o juri, Inoue criou um novo caminho para que as pessoas aprendessem a tolerância e o respeito. Nem sempre tem sido assim – em Manila, nas Filipinas, as casas de karaokê tiraram May Way (Frank Sinatra) do cardápio. Seis “cantores” foram literalmente massacrados a bala em 2010 por desafinarem na hora daquele estrondoso and did it myyyyyy waaay!!!”, fenômeno conhecido como “mortes My Way” – lá, onde o karaokê é um vício pior do que no Japão e onde o povo gosta de dar tiro, a tolerância é zero.
Roberto Casanova - o "Pelé" da música japonesa
No Japão (e na Ásia toda) o karaokê é pra eles como a TV é para os brasileiros.  Disputado em mega-concursos, tem até seus ídolos.  Por sinal, num dos mais disputados (com 80 mil inscritos em 2010), quem levou a melhor na final especialmente transmitida pela rede japonesa NHK foi justamente um brasileiro: Roberto Casanova. Roberto é conhecido como o Pelé da Música Japonesa. Segundo ele, quando solta a voz, a reação dos japoneses é sempre a mesma: “como pode um brasileiro, negro e que não fala japonês cantar desse jeito?”. 
fonte: revista Piauí, TIME Asia e Wikipedia

Nenhum comentário:

Postar um comentário