quarta-feira, 10 de novembro de 2010

É preciso humanizar o Marketing...como assim?

Essa vai pra quem respira ambiente corporativo, trabalhando “de sol a sol” (como se diz no sul) e tomando decisões minuto a minuto, quer sejam sobre estratégias, pessoas ou as duas coisas. E não estou falando só de alta gerência, pois temos muitas pessoas em níveis hierárquicos ditos “menores” com responsabilidades de gente grande – aliás, estas me preocupam ainda mais, pois normalmente são as que recebem menos atenção, menos coaching dos seus “lideres”.
Philip Kotler é um senhor de 80 anos que pode se gabar de ter inventado o Marketing tal qual a gente conhece – marketing pessoal e marketing social são invenções dele, para dar apenas dois exemplos. Dá aulas na Kellogg Scholl of Management (EUA), escreveu pilhas de livros sobre estratégia e influencia fortemente a condução de grandes empresas mundo afora. Mas como ele está sempre muitos passos a frente da realidade, ser discípulo de Mr. Kotler não é pra qualquer um. Ele defende 3 pilares que seriam a escala evolutiva do Marketing: O Marketing 1.0 – a empresa centrada no produto; O Marketing 2.0 a empresa orientada ao cliente; Por fim, o Marketing 3.0 – A empresa que compreende seus clientes e partilha com eles seus valores. Esse processo é o que classificaria uma organização de sustentável no longo prazo e, segundo Mr. Kotler, hoje apenas 5% das empresas no mundo atingiram o 3º patamar. Em palestra na Expomanagement 2010 (de 08 a 10 de novembro, 2010 - São Paulo/Brasil), Philip Kotler listou oito características das empresas (e suas marcas) mais admiradas no mundo:
Philip Kotler
Pai do Marketing há 60 anos

  • Alinham os interesses de todos os grupos de investidores.
  • Os salários de seus executivos são relativamente modestos.
  • Adotam uma política de “portas abertas” de acesso à alta gerência.
  • Os salários e benefícios são acima da média da categoria;
  • Contratam pessoas entusiasmadas por clientes, o treinamento destas é mais longo e a rotatividade é baixa.
  • Consideram os fornecedores parceiros legítimos, que colaboram para melhorar a produtividade, qualidade e para reduzir os custos.
  • Acreditam que a cultura corporativa é seu maior ativo e sua principal fonte é a vantagem competitiva.
  • Seus custos de Marketing são muito menores que os de outras empresas do setor e, ao mesmo tempo, a satisfação e a retenção de clientes são muito maiores.
Lendo com atenção a lista, dá pra ver que boa parte destas boas práticas diz respeito a um balance entre pessoas+negócios. Não é pra menos que a defesa de Mr. Kotler tem sido a de "humanizar o marketing para diferenciar as empresas e suas marcas" (se Marketing envolve justamente a relação das pessoas com os produtos, tem algo de paradoxo nessa busca). Mas não vemos muita atitude rumo a esse balance na agenda dos Executivos de muitas empresas – falo de agenda do dia mesmo, não apenas intenção. Quer um exemplo simples? Reflita por três minutos sobre como funciona o RH da sua empresa – está mais para Departamento de Desenvolvimento de Pessoas ou para um “DÊPÊZÃO" focado em recrutamento, solução de contendas trabalhistas/gestão de folha de pagamentos? É a isso que me refiro quando afirmo que Mr. Kotler está sempre muitos passos a frente da realidade, o que é uma pena. Bom pra Mr. Kotler (vai ter sempre trabalho garantido pra ele e para várias gerações), nem tanto pra quem acredita realmente que Marketing é coisa de humanos para humanos.
fonte: HSM Online 

2 comentários:

  1. Dani,

    No primeiro parágrafo: alta gerÊncia.

    E retire o ponto depois das aspas e antes do parenteses do último parágrafo: ...suas marcas". (se Marketing...

    Fiquei confuso com este post. Se Kotler defende que é preciso humanizar o marketing, isso não seria de humano para humano?

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  2. Excelente texto e análise Daniel!! Obrigado!!

    Hector Aniceto

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