domingo, 27 de fevereiro de 2011

Saudades da maior poltrona do meio

Momento de frustração – chegar no check in e verificar que só sobraram assentos do meio. Coisa mais comum do mundo. Momento de alivio imediato: Quando você, já instalado na sua poltrona do meio, percebe que algum dos assentos ao seu lado não vai ser ocupado e a aeromoça anuncia “embarque encerrado”. Engraçada essa aversão natural pelo assento do meio. Em transportes onde o assento não é marcado, é normal inclusive encontrar um livro posto “displicentemente” no assento do meio por quem já ocupa uma das poltronas da fileira. Aquela tentativa de evitar invasão de território, ter que roçar cotovelo, essas coisas.
Passei por um momento trágico, certo dia: Sentei na minha poltrona do meio, mantendo aquele estado de alerta normal, louco por um assento de corredor. Não tive sorte, nenhum vagou. Mas quando um camarada com cerca de 150 quilos distribuídos em um metro e noventa de altura veio se deslocando pelo corredor vagarosamente, comecei a suar. Ele vinha e seu olhar parecia dizer: “quero sentar do seu lado, meu camarada”. Gente fina, simpático e espaçoso, bem espaçoso. Por duas horas, precisei ficar semi-inclinado para o outro lado, quase sentando no colo da senhora que estava na janela. Doloroso.
Ryan Air e a poltrona para passageiro em pé.
Pela cara do sujeito, deve ser bem "agradável"
De forma alguma faço qualquer alusão preconceituosa a pessoas grandes (até porque meu próprio IMC é acima de 40, então tá tudo certo). Sou solidário e acredito que a própria pessoa não se sinta confortável estando espremida ou espremendo alguém involuntariamente. Há muitos anos, a TAM inovou e criou a poltrona do meio maior. A inovação foi tão fantástica, tão imaginativa e hoje me pergunto: quanto significou de economia pra TAM abrir mão dos tais centímetros a mais de poltrona? A concorrência aumentou, o número de passageiros aumentou e continua aumentando, mas o tamanho dos assentos segue diminuindo. Quanto custa a uma empresa que um dia foi inovadora, dar um passo pra trás? A KLM anunciou uma solução "inteligente": na classe executiva, as poltronas do meio ficarão vagas. Eu juro que tentei não acreditar nisso. Tragicômico.

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