sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A minha é sem etiqueta, por favor.

Hames - há 10 anos sem etiquetas
Não consigo entender etiquetas de camisas, aquele pequeno pedaço de pano, normalmente mais denso que o tecido da roupa. Nunca passa despercebido, arranhando o pescoço ou a lateral da barriga quando se coloca uma camisa. A etiqueta, por tabela, tem o dom de ampliar reações claustrofóbicas. Etiqueta é tortura, o som raspante já configura ato terrorista. Não foram uma nem duas camisas as quais precisei mutilar com uma tesoura (que normalmente só faz estrago, devido ao tamanho diminuto da costura) pra tirar a praga da etiqueta. A reação é imediata, gerando uma descarga de mal estar.  Nunca encontrei ainda quem tivesse essa aversão declaradamente. Se tem, não fala – se não fala, gosta. Manda então costurar umas doze etiquetas pra ver como fica a urticária. Com medo de ser considerado também um anormal, preferi guardar minha aversão só pra mim e pra quem me conhece bem. Quando tinha uns cinco anos, ganhei dos meus pais uma camisa laranja com uma enorme estrela branca no peito feita de silk plastificado, chique na época. A roupa era de um tipo de lã acrílica e a gola tinha um zipper enorme que fechava a camisa tipo gola de padre. E a camisa era de grife chique, Petistil, se não me engano. Não sei hoje, mas naquela época, dar para as crianças uma camisa dessa grife era o must. No meu caso, foi "the worst". Não esqueci jamais a sensação claustrofóbica e urticante daquele tecido roçando na pele, lembrar me faz suar frio.  
Mas fui redimido de forma célebre das tais etiquetas - Erasmo Carlos desabafou, num desses programas da Fernanda Young, que tem ojeriza pelas etiquetinhas e deflagrou uma campanha contra elas. E me senti vingado também ao ouvir falar no TAGless (sem etiqueta). Essa tecnologia, bem usada em roupas esportivas há anos, vem ganhando força nos EUA, mas por aqui não vi muito ainda (?). Não vejo que o tagless seja o futuro, já é o passado atrasado e urgente. Toda vez que me deparo com uma vitrine onde uma camisa social é oferecida a 100 reais (algo como menos de 60 dólares), aquela etiquetinha ali à moda antiga é um insulto ao conforto (e ao bolso). Caro demais por um produto de menos. Aplicar um transfer à quente é coisa de dois séculos passados, não é tecnologia que deva ter algum mistério - então porque aqui a coisa não emplaca? Preste atenção às suas próximas compras e vamos de vez erradicar esse mal soberbo. Evite comprar roupas que, mesmo caras, vem com etiqueta. Ajude àqueles que, como eu, tem hipersensibilidade a essa praga. Nossos pescoços e barrigas agradecem...
fontes: Moda point wesite & Wikipedia

Um comentário:

  1. Dani,

    Corrija 2 vezes na mesma frase:

    "Não esqueci JAMAIS a sensação claustrofÓbica..." (junto).

    Com o dolar está uns R$ 1,70, então R$ 100 = +- US$ 59.

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