sábado, 4 de setembro de 2010

Mitômanos e Mentirosos

A gente mente o tempo todo, somos uns cascateiros de plantão. Mentimos pra nós, pros outros, é uma válvula de escape. Tem estudo sério sobre o papel social da mentira no cotidiano – a “mentirinha branca” é tida como um apaziguador social, aquela que existe para evitar conflitos. A desculpa pra não jantar com algum chato, o clássico “diz que eu não estou”,  o elogio contido pra amiga ligeiramente acima do peso (gorda mesmo), poupar o outro de uma notícia ruim, essas coisas. Gerald Jellison, Psicólogo e Professor da Universidade do Sul da Califórnia, garante que tomamos contato com cerca de 200 mentiras por dia (já pensou se o nariz crescesse de verdade?), mas este dado desconsidera a sazonalidade dos períodos eleitorais – porque esse índice dobra nessas épocas (novidade...). Na roda da ascensão social, contar os fatos conforme a conveniência ou omitir outros, simplesmente funciona.  Mas entre isso e a doença, vai aí uma distância (pelo menos, é o que se espera).
Augusto Nunes, jornalista da Revista Veja, contou um fato curioso passado com o Presidente Lula em 2002. Questionado se falar inglês era importante, não teve dúvida, tascou uma cascata sobre ter abandonado um almoço na Folha:
“Eles achavam que Bill Clinton não tinha obrigação de falar português. Era eu, o subalterno, o país colonizado, que tinha que falar inglês. Teve uma hora que eu me senti chateado e levantei da mesa”.
Em 2009, o jornalista americano Jason Blair foi desmascarado depois de ter fraudado reportagens por quatro anos no jornal The New York Times. Blair inventava fatos, personagens, lugares e as histórias mais pitorescas, cheias de detalhes. Lula fez escola.
Mentir pode ser uma doença psíquica
Falando da doença, a Mitomania é um distúrbio psíquico, primo-irmão da psicopatia. O mitômano mente compulsivamente, não admite uma mentira e quando demonstra algum constrangimento, caso seja desmascarado, está interpretando um papel, ou seja continua no transe daquela mentira – lendo isso, me dou conta de já ter dado de cara com alguns desses por aí. Brincando, brincando, mas a coisa é bem séria.
O fato é que a mentira elevada à décima potência sai caro e não me sai da cabeça aquele dado das 200 mentiras que dobram no período eleitoral. No Brasil, manter o congresso nacional "funcionando", por exemplo, nos custa seis bilhões de reais/ano (será que se mente muito por lá?). É o segundo congresso mais caro do mundo, perde só pros EUA. Queria que fosse mas, infelizmente, não é mentira.

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