Como bloquear o instinto de reagir ao primeiro toque de uma mensagem ou e-mail entrando em seu celular? É incrível e até divertido ver a pessoa dar um pulo quando ouve aquele bendito toque – e procura, e se apalpa, vai na bolsa...o mundo vai se acabar se a criatura não ver a mensagem, se não responder. Se for no meio de uma reunião, é mais cômico ainda (a pessoa se nega a por no módulo "vibracall" e faz aquela cara de calamidade tipo “esqueci, desculpem, mas preciso atender”. Seria divertido se não fosse um ponto: as pessoas fazem isso dirigindo carros também e essas reações espasmódicas, mais que ridículas, podem matar. Tenho um amigo que confessou, um dia: se deu ao trabalho de decorar a posição das teclas do smartphone pra responder torpedos dirigindo - a coisa é muito séria.
Pesquisadores da universidade North Texas Health Science Center publicaram um estudo, mostrando que só nos EUA, desde 2001, cerca de 16 mil pessoas morreram em acidentes envolvendo o uso de celulares para responder mensagens. Haja modelo matemático pra co-relacionar isso, mas os caras fizeram. Em 2001, eram transmitidos cerca de 1 milhão de torpedos/mês. Esse número saltou para 110 milhões em 2008. O tema não é exatamente novo. Em 2008, a RAC Foundation, em parceria com o Laboratório de Pesquisas no Trânsito (Londres/Inglaterra), estudou 17 jovens respondendo torpedos em simuladores - detectaram que as reações dos motoristas foram 35% mais lentas, com queda de 91% da capacidade de manter o controle do carro - em outras palavras, concluíram que o estrago causado pelos torpedos no motorista é maior do que o álcool, quando o assunto é direção defensiva. Mas tente passar um torpedo dirigindo e não será nada difícil entender isso tudo.
No Brasil nunca vi artigo que mencionasse alguma estatística sobre isso, mas dá pra imaginar como o fascínio por smartphones deve estar matando brasileiros no trânsito. Eu estou tranqüilo, não fui mordido por esse bicho – se entra um torpedo no meu celular, mesmo em estado de absoluto repouso, no aconchego da minha poltrona (do quarto, e não do carro), penso duas vezes se devo olhar ou não – as vezes, não olho. Será que o mundo vai realmente se acabar se eu deixar passar aquele torpedo que acabou de entrar? É bom pensar nisso ou, por causa de uma droga de torpedo que entrou atravessado enquanto se deslocava pra reunião, você pode não estar mais aqui pra saber...
Dani,
ResponderExcluirTambém consegui me desvencilhar dessa neura. Pra mim isso ficou no passado. Tenho smartphone mas não o uso para email. 1 abç!