segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Torpedos no trânsito - pior que o álcool

Como bloquear o instinto de reagir ao primeiro toque de uma mensagem ou e-mail  entrando em seu celular? É incrível e até divertido ver a pessoa dar um pulo quando ouve aquele bendito toque – e procura, e se apalpa, vai na bolsa...o mundo vai se acabar se a criatura não ver a mensagem, se não responder. Se for no meio de uma reunião, é mais cômico ainda (a pessoa se nega a por no módulo "vibracall" e faz aquela cara de calamidade tipo “esqueci, desculpem, mas preciso atender”. Seria divertido se não fosse um ponto: as pessoas fazem isso dirigindo carros também e essas reações espasmódicas, mais que ridículas, podem matar. Tenho um amigo que confessou, um dia: se deu ao trabalho de decorar a posição das teclas do smartphone pra responder torpedos dirigindo - a coisa é muito séria.
Pesquisadores da universidade North Texas Health Science Center publicaram um estudo, mostrando que só nos EUA, desde 2001, cerca de 16 mil pessoas morreram em acidentes envolvendo o uso de celulares para responder mensagens. Haja modelo matemático pra co-relacionar isso, mas os caras fizeram. Em 2001, eram transmitidos cerca de 1 milhão de torpedos/mês. Esse número saltou para 110 milhões em 2008. O tema não é exatamente novo. Em 2008, a RAC Foundation, em parceria com o Laboratório de Pesquisas no Trânsito (Londres/Inglaterra), estudou 17 jovens respondendo torpedos em simuladores - detectaram que as reações dos motoristas foram 35% mais lentas, com queda de 91% da capacidade de manter o controle do carro - em outras palavras, concluíram que o estrago causado pelos torpedos no motorista é maior do que o álcool, quando o assunto é direção defensiva. Mas tente passar um torpedo dirigindo e não será nada difícil entender isso tudo. 
No Brasil nunca vi artigo que mencionasse alguma estatística sobre isso, mas dá pra imaginar como o fascínio por smartphones deve estar matando brasileiros no trânsito. Eu estou tranqüilo, não fui mordido por esse bicho – se entra um torpedo no meu celular, mesmo em estado de absoluto repouso, no aconchego da minha poltrona (do quarto, e não do carro), penso duas vezes se devo olhar ou não – as vezes, não olho. Será que o mundo vai realmente se acabar se eu deixar passar aquele torpedo que acabou de entrar? É bom pensar nisso ou, por causa de uma droga de torpedo que entrou atravessado enquanto se deslocava pra reunião, você pode não estar mais aqui pra saber...
Fonte: Reuters, G1 e Sinditran

Um comentário:

  1. Dani,

    Também consegui me desvencilhar dessa neura. Pra mim isso ficou no passado. Tenho smartphone mas não o uso para email. 1 abç!

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