terça-feira, 22 de setembro de 2009

Saúde à minha Equipe


Gerencio gente, trabalho delicado. Bem delicado. Estou falando de um sem número de sucetibilidades, cada um com suas circustâncias e bombinhas-relógios. Centenas de celulares se falando por dia, coisas boas e ruins acontecendo, gente se decepcionando com filhos, uma doença, o mundo se acabando, ou comemorando uma visita inesperada, uma herança, todo o dia é uma surpresa...E o meu trabalho lá, rolando (como se fosse possivel existir uma zona de fronteira...).

E no meio de tudo isso, tenho sempre a pretenção de que tudo é sabido e dominado e de que conheço e sei quem são e o que pensam as pessoas da minha equipe durante 24 horas do dia, afinal são meus colegas, minha equipe. Conheço nome dos filhos, das esposas, o que gostam, a música predileta. Tenho fotos do último Natal num restaurante, sei até a marca do vinho. Bobagem. Pura bobagem. A gente não tem a menor idéia de quanto impacta ou não na vida de outra pessoa, quanto um gesto ou uma palavra insuspeita tem seu preço - é a Empatia, moço, coisa de "lôco".

Segundo o Wikipédia, lá diz que Empatia é "espécie de inteligência emocional" e pode ser dividida em dois tipos: a cognitiva - relacionada à capacidade de compreender a perspectiva psicológica das outras pessoas; e a afetiva - relacionada à habilidade de experimentar reações emocionais por meio da observação da experiência alheia. Português simples: se pôr no sapato do outro, por uma fração de segundo que seja.

E em se tratando da equipe que você gerencia, o papo é outro, o buraco é mais embaixo. As vezes me pego com a cabeça nas núveis, achando que tenho tudo dominado, tudo planejado e que motivei todo mundo. Resultados ótimos, plano de ação, tudo na mão,...e basta uma pessoa da equipe te fazer uma pergunta mais franca que está sacramentado o silêncio – nuvem preta. É aquele “desmancha prazer”, que vem encomodar com detalhezinho bobo.

Só que muitas vezes é aquela pessoa que está trazendo franqueza à conversa. O único seguidor que temos de verdade só que não consigo enxergar por que a arrogância não sai da minha frente. É o fantasma da Empatia rondando - linda palavra, mas valor raro e caro. Quantas vezes tudo seria mais fácil se eu tivesse ouvido um pouco mais “o chato” e a todos “os chatos”, anjos da guarda com quem estou e estive ao longo dos anos. Poque tem momentos que alguém precisa fazer o papel do "chato", pô...trazer o cara pra terra. Alguém sempre fica com o serviço sujo.

Eles merecem essa “mea culpa” – e que continuem tendo muita paciência comigo, continuaremos aprendendo juntos! E, Se Espirrar, Saúde!

2 comentários:

  1. O que seria de nós, sem os "chatos" de nossas vidas, eles estão presentes em pequeno numero, mas transmitem muito aprendizado ou melhor reflexão sobre nossas decisões.

    Valeu, forte abraço.

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  2. É verdade Chicão, você tem toda a razão. Acredito que com a maturidade, vira questão de perspectiva - são sábios e não "chatos". Forte abraço! Daniel

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