"Moisés, te apresento Steve. Ele vai dar uma melhroradinha nas suas táboas da lei" |
Por três ou quatro vezes, fui questionado se não ia escrever nada sobre o finado Steve Jobs. Tenho agido de forma meio reticente quanto a escrever algo sobre ele. Tem coisa demais circulando sobre o Sr. Apple, então seria mais um artigo, só mais um. E sempre vão dizer coisas sobre ele, pra sempre. Mas também por um motivo simples: admiro os feitos de Steve Jobs, as histórias de criatividade e ousadia. O cidadão trabalhou uma vida inteira pra rentabilizar uma empresa quase falida e criar coisas que as pessoas nem sabiam que precisavam. Mas parou aí. Não entendo essa coisa mítica em torno de um homem com virtudes e defeitos como todo mundo. Mente genial e tudo o mais, buscava a paz no budismo, mas quando pisava no escritório humilhava qualquer cabeça menos brilhante que a dele próprio. Muita gente faz isso, parece ser o paradoxo dos que se acham mesmo geniais - não é uma crítica, é um fato já pesquisado. Nada mais humano.
Sempre tive dificuldade de ter gurus, sempre desconfiei deles. Nunca acreditei que o guru, naquele seu momento de solidão, fazendo aquilo que só ele podia fazer, fosse mais sublime e soberbo que eu ou o Seu Jonas, da farmácia aqui da esquina. A maioria deles tem um passado de sofrimento e várias contradições, mas quem não tem, além de suas próprias mazelas, no mínimo, um primo ou parente próximo com histórias parecidas? Talvez eu tenha crescido torto nesse sentido. Mesmo adolecente e amante de música, não me rasgava por nenhum astro pop. Curtia, admirava, mas não acamparia uma hora sequer em frente a um estádio pra garantir um espaço perto da cerca. Jamais. Minha cama e meu conforto em primeiríssimo lugar.
Descanse em paz, Sr. Jobs. Obrigado pelo meu Iphone, mas minha cama, meu conforto e a minha paz em primeiro lugar. Sem jamais subjulgar o próximo.
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