segunda-feira, 20 de junho de 2011

Rejeição social - as dores não são só metáforas

Dr. C. Nathan DeWall

“Matar um leão por dia”, nos dias de hoje, significa ser aceito e legitimado em uma rede de proteção. Pessoas rejeitadas podem se tornar agressivas, compulsivas ou inconsequentes com seus atos. E o reflexo desse comportamento no meio profissional é a prova disso. Atitudes agressivas de quem não suporta ser contestado ou desafiado - insegurança. Ser aceito no trabalho e ser reconhecido por fazê-lo bem é sinônimo de aceitação, ao passo que as pessoas evitam ao máximo o fracasso pelo pavor da rejeição. E rejeição pode causar dor, uma dor que pode ser tão ou mais voraz que a dor física. 
O Dr. C. Nathan Dewall, da Kentucky University estudou a associação entre dor física e dor emocional, pra provar que ambas têm comportamentos em comum no organismo humano. Dessa forma, aplicando analgésicos comuns poderia, por exemplo, melhorar o estado emocional de uma pessoa que acabara de ser demitida. Com doses diárias de paracetamol (e placebo) por três semanas a um grupo de estudantes, o Dr. Dewall foi medindo o nível de stress e de dor emocional a que essas pessoas vinham sendo submetidas. Alguns dos testes incluíam jogos onde as pessoas eram socialmente excluídas. Conseguiu identificar a diminuição da atividade cerebral nos pacientes que tomaram o medicamento, Os pacientes que tomaram placebo se mantiveram inalterados. Segundo o pesquisador, isso tudo tem a ver com uma importante mudança social: ao longo do tempo, a sobrevivência mudou de cara – a inclusão social é a nova cara do “mundo hostil”.
Mas segundo o Dr. Dewall, ainda é cedo pra dizer que um analgésico pode efetivamente tratar a dor social, há que se estudar muito mais. E ainda assim, criar um ambiente mais saudável de convívio social pode ser uma solução mais imperiosa do que ter dar remédios pra todo mundo. Entender de forma racional que a rejeição faz parte da vida é uma coisa. Mas admitir que a dor social pode ter o mesmo impacto que quebrar um osso, isso não pode definitivamente passar despercebido
fonte: revista Harward Business Review

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