quarta-feira, 15 de junho de 2011

Não vou não, posso não, quero não, minha paciência tá no chão

Gente que não retorna telefonema me irrita. Você liga e a pessoa do outro lado pede que deixe o número do telefone. É fatal, não vai retornar. Chego a acreditar que 80% do meu descrédito nas pessoas começa por ligações não retornadas. Pra que dizer que vai retornar se sabe que não vai dar a mínima? Então não diz nada, seja minimamente franco, desconversa.  A mesma coisa quando confirmam presença e nem aparecem. Acho que as pessoas não fazem por mal (com certeza, não todos), mas é coisa grave. O descompromisso com a palavra de honra é um vício insidioso praticado à exaustão e parece que vem aumentando. Aliás, não se houve mais essa expressão “palavra de honra” quando se quer reforçar o “pode crer no que estou dizendo” - ninguém quer empenhar a palavra. 
Também não ando com muita paciência com pessoas que se ACHAM. Gente que pensa que sabe tudo e se dispõe a aceitar uma premissa desde que a ótica seja a dela própria. Aquelas pessoas que te acham um ET se você não pensar como elas ou lhes beijar a mão. Pessoas que deveriam fazer um seguro do próprio umbigo, que falam de si e pra si desde que acordam. Os vaidosos em excesso, os arrogantes e soberbos são presas fáceis dos aproveitadores, é fato. Mas e quem não é aproveitador? Tem que aturar pra sobreviver. Não, não mesmo. Gente que não se compromete, que não assume erros, que não ri de si mesmo, que mede as pessoas de cima a baixo com desdém. Estou resolvido a ser cada vez menos resiliente com “espertos”, “maledicentes”, “ingênuos” de carteirinha, “rotuladores”, “bajuladores” e outras tribos. É sério, pois me põe no compromisso de me policiar o tempo todo – o discurso tem que ser a prática, sempre. As lições são feitas de pequenos gestos.  E aos telefonemas que não retornei ao longo da vida, peço sinceras desculpas pela minha descortesia. Isso não vai se repetir. Será que dá? Vai ter que dar.

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